O carnaval carioca, por Bayard Boiteux*

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O Rio passou por grandes transformações no que diz respeito ao carnaval. A mais significativa foi,  sem dúvida alguma, a construção da Avenida dos desfiles, vulgo Sambódromo, na gestão do engenheiro Leonel Brizola. Foi uma verdadeira revolução, que acabou definitivamente com a montagem e desmontagem de arquibancadas na avenida presidente Vargas. Contribuiu de forma decisiva para uma melhoria da organização dos desfiles, embora até hoje afaste o povo pelos preços cobrados. Ali nasceu também o primeiro museu do carnaval, posteriormente desativado.

O segundo momento foi a construção da Cidade do Samba, obra fenomenal na gestão do ex-prefeito Cesar Maia. Trata-se de uma façanha reunir num espaço único grande parte das escolas de samba, assim como permitir ao carioca e ao turista um contato com os bastidores do carnaval carioca.

O terceiro momento foi o fortalecimento do carnaval do Rio, com os inúmeros blocos, apontados pelos turistas internacionais como marca da alegria de nossa gente e uma forma decisiva de apoiar as manifestações oriundas da sociedade construída,  permitindo também críticas ao Estado Brasileiro.

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Hoje, já em pleno carnaval, a cidade acorda sacudida por tamborins que aos poucos vão se movendo devagar pelas ruas e se juntam aos que nos visitam. O carnaval carioca é cada vez mais brasileiro e com menos turistas internacionais, pela crise que assola a Europa e EUA, que preferem destinos mais próximos e mais baratos e temem ataques terroristas em aeroportos e aviões.

Já estudado anteriormente, sabe-se que o impacto de ruas fechadas, destruições de jardins e foliões urinando e defecando em vias públicas, apesar da fiscalização crescente, trazem revolta por parte dos moradores das áreas por onde desfilam os blocos”

Para desvendar como o carioca percebe o carnaval, estamos realizando uma pesquisa, que vai pela primeira vez nos dar dados para avaliar a receptividade do evento pela população anfitriã. Já estudado anteriormente, sabe-se que o impacto de ruas fechadas, destruições de jardins e foliões urinando e defecando em vias públicas, apesar da fiscalização crescente, trazem revolta por parte dos moradores das áreas por onde desfilam os blocos, por exemplo.

O Rio perdeu, no entanto, os seus grandes bailes, suas feijoadas badaladas, se resumindo a pequenos eventos fechados e caríssimos, para o padrão brasileiro. Sentimos muita falta dos bailes dos clubes e dos desfiles de fantasia, como os do Gloria e do Monte Líbano, que por falta de patrocínio, deixaram de acontecer.

O Brasil passa por inúmeros problemas, assim com o Estado do Rio, panorama que que deverá retirar um pouco do brilho da festa, mas que na maior parte dos casos desaparece durante o período momesco e retorna na quarta-feira de cinzas.

Rio, minha paixão, nossa paixão, que 2015, apesar de menos turistas internacionais, raríssimas celebridades, mesmos bailes com os mesmos convidados, possa marcar um grande gol em nossas expectativas turísticas. Vamos trabalhar…

*Bayard Do Coutto Boiteux é vice-presidente executivo da Associação dos Embaixadores de Turismo do Rio,presidente do Site Consultoria em turismo ,gerente de turismo do Preservale e professor.            

 

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