Comemoramos hoje o Dia Nacional do Turismo. Para muito além das imagens de viagens de lazer e férias que transbordam nas redes sociais, o setor é um vetor do desenvolvimento econômico e uma ferramenta de transformação de vidas. Uma indústria limpa capaz de gerar emprego, promover inclusão social e distribuir renda como nenhuma outra.
O Brasil é hoje a 7ª potência econômica de turismo, 3º maior mercado de aviação regional e ocupa a 9ª posição no ranking dos países que mais realizam eventos internacionais no mundo. O turismo impacta diretamente 52 atividades e gera três milhões de empregos diretos. São pessoas como Rosália Pereira Duarte, 36 anos, ex-operadora de caixa, moradora do Acari, no Rio de Janeiro (RJ). Influenciada pelas oportunidades do mercado do turismo, ela qualificou-se por meio do Pronatec e, depois de nove anos, reconquistou uma posição no mercado de trabalho no setor de viagens.
Com o advento da Copa do Mundo, o ano de 2014 foi particularmente especial para o turismo. Registramos 206 milhões de viagens domésticas, um crescimento de 67% em relação a 2005 (138,7 milhões), quando começou o levantamento. Recebemos 6 milhões de turistas estrangeiros, um marco na série histórica, mas um número ainda pequeno se comparados a países como a Itália (46,1 milhões), Estados Unidos (62,7 milhões) e França (81,4 milhões).
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O mundial de futebol, com uma movimentação interna de mais de 3 milhões de brasileiros , é um capítulo marcante na história recente do turismo nacional. O mundo voltou os seus olhos para o Brasil e gostou do que viu. Pesquisa realizada durante o campeonato mostrou que 95% dos turistas estrangeiros que vieram ao Brasil têm intenção de voltar.
No dia nacional do turismo, temos muito a comemorar. Com os olhos focados no retrovisor ou mirando no horizonte o retrato é positivo na indústria do turismo. Uma pesquisa realizada este ano, revelou que viajar é o sonho de consumo número 1 dos brasileiros.
Num ano desafiador como 2015 o turismo tem tudo para dar a sua contribuição para o país retomar o crescimento.
O câmbio favorável às viagens domésticas e o calendário repleto de feriados prolongados, são insumos para o setor continuar crescendo e impactando positivamente outras cadeias produtivas. Estimativas do Ministério do Turismo junto com Fundação Getúlio Vargas sustentam que os feriados nacionais próximos aos fins de semana devem injetar, pelo menos, R$ 18 bilhões na economia do turismo este ano.
Bom para as indústrias têxtil, automobilística e eletrônica apenas para citar algumas das beneficiárias diretas do setor de viagens. Só em 2014, o turismo comprou 225 mil carros. Por ano, são adquiridas cerca de 200 mil camas e outras 200 mil cadeiras da indústria moveleira; mais de 120 mil televisões e 140 mil telefones; mais de 6 milhões de roupas de cama e banho para repor os estoques dos hotéis, resorts e pousadas.
Os números são expressivos e demonstram a força de um setor que tem um imenso potencial. Se investirmos na conectividade aérea, marítima, fluvial e terrestre, na parceria com a iniciativa privada, e na mudança no modelo de promoção do Brasil no exterior, seremos um dos principais destinos para turismo de lazer e negócios. Com ajustes estratégicos, teremos ainda mais avanços a comemorar no próximo Dia Nacional do Turismo. Que venha 2016 e a Olimpíada.
*Henrique Alves é ministro do Turismo