Embratur aproveitará retomada de viagens da China para reconectar operadoras e agências. Marcelo Freixo adianta quais ações encabeçam a parceria.
De 26 a 31 de março o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará visita diplomática à China, pouco depois do país asiático ter liberado viagens em grupo de turistas chineses para o Brasil.
Vista com bons olhos pelo setor brasileiro, a medida entrou em vigor nesta semana, e ocorreu após um longo período de lockdowns devido à pandemia de Covid-19. De acordo com o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, trata-se de uma oportunidade para a retomada de estudos sobre o mercado chinês e de relações entre as operadoras e agências de turismo dos dois países para que os destinos brasileiros sejam oferecidos como opções aos viajantes chineses.
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“A flexibilização das regras de controle à covid-19 na China, associada à programada visita do presidente Lula ao país, naturalmente coloca o Brasil em evidência. Nós precisamos compreender qual a imagem do Brasil no país asiático para alinharmos ações promocionais com a demanda dos turistas chineses, que hoje buscam cultura e natureza, espaços abertos e com toda segurança sanitária. Faremos isso em diálogo com o mercado brasileiro”, destaca Freixo.
A reabertura dos chineses para o turismo no Brasil foi recebida com grande ânimo pelas operadoras de turismo, segmento responsável por planejar e estruturar experiências e viagens comercializadas nas agências de viagens.
“A decisão da China foi ótima para o turismo brasileiro. O setor está bastante animado. Como já tinham dado autorização para a Argentina, e agora para o Brasil e outros destinos da América Latina, é característica do turista chinês combinar mais de um país em seu roteiro, e, com certeza, o Brasil estará na rota de preferência deles. É um público que prioriza o turismo de natureza, sol e praia, além do turismo cultural, tudo o que o nosso país tem a oferecer. Mas é preciso que haja uma grande ação de divulgação dos nossos pontos turísticos para atrair esses viajantes, além de trazer novos voos”, afirma a diretora da operadora Via Capi, Kellye Neis, que já atua há 28 anos na área, com ampla experiência no receptivo internacional.
Mercado se beneficiará
O retorno dos chineses às viagens internacionais traz impacto significativo ao mercado turístico. Segundo dados da Organização Mundial do Turismo (OMT), em 2019, os gastos de turistas da China em viagens internacionais ultrapassaram US$ 250 bilhões. Naquele mesmo ano, 68.578 chineses desembarcaram no Brasil, número que representou um movimento crescente nas últimas duas décadas.
A China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil e uma das principais origens de investimentos em território brasileiro. Em 2022, a corrente de comércio atingiu recorde de US$ 150,5 bilhões. Brasil e China estabeleceram Parceria Estratégica em 1993, ampliando a relação para Parceria Estratégica Global em 2012. Os países comemorarão 50 anos do estabelecimento de relações diplomáticas em 2024.
39 nações receberão os chineses
Além do Brasil, a China liberou viagens para 39 países: Nepal, Brunei, Vietnã, Mongólia, Irã, Jordânia, Tanzânia, Namíbia, Ilhas Maurício, Zimbábue, Uganda, Zâmbia, Senegal, Cazaquistão, Uzbequistão, Geórgia, Azerbaijão, Armênia, Sérvia, Croácia, França, Grécia, Espanha, Islândia, Albânia, Itália, Dinamarca, Portugal, Eslovênia, Vanuatu, Tonga, Samoa, Chile, Uruguai, Panamá, Dominica, El Salvador e Bahamas.
EDIÇÃO DO DT (CS)