O Turismo, a pandemia e os reencontros

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por Bayard Do Coutto Boiteux*

Uma das ações que norteia hoje nossas vidas são sem dúvida alguma, os inúmeros reencontros que estão acontecendo. Encontramos nas redes sociais, nas lives pessoas que já não víamos há décadas às vezes e com as quais retomamos contato. Voltamos a compartilhar lembranças e a nos reaproximar. Nascem sentimentos profundos de uma nova amizade, de uma solidariedade, de pedido de desculpas mas sobretudo um momento de nova relação, onde algumas feridas internas se cicatrizam com o perdão e o entendimento de ações passadas.

Tenho vivido com muita intensidade conversas, conselhos, reflexões de várias pessoas que estão prontas a se tornarem mais verdadeiras e retirarem as fantasias e os papeis que desempenhavam. Sinto, com muita alegria o quanto estão se abrindo num momento de tantas incertezas, ocasionadas pela falta de informação e as brigas políticas, com pequenas ações como compartilharem sua arte, fazerem  dos aniversários momentos de grande congraçamento virtual e expressarem da sua maneira o apoio  que podem dar aos mais desfavorecidos, com inúmeros projetos que nos comovem e nos fazem até chorar.

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O choro faz bem e não pode ser contido. Ele representa também a emoção forte que o isolamento traz e as saudades dos abraços e beijos daqueles que nos são próximos. Às vezes, o choro pode vir de uma alegria tão grande que tira de nossos lágrimas risos invisíveis mas repletos de crenças em dias melhores.

Falta, em algumas pessoas até hoje, uma consciência mais coletiva de ficar em casa desenvolvendo home office quando possível, de usar máscara, POR EXEMPLO. Simplesmente, continuam vivendo como se nada estivesse acontecendo com suas festas, churrascos e eventos incomodando os vizinhos, que precisam de paz e zelam pelos outros.

Falta, em algumas pessoas até hoje, uma consciência mais coletiva de quando sair usar máscara, POR EXEMPLO

O turismo pode nos levar justamente a atravessar  as barreiras que dividem o mundo, que clamam por liberdade, por democracia e pelo respeito aos direitos das minorias e grupos vulneráveis. Viajar mesmo que em casa para locais bem diferentes de nossa cultura através de filmes, lives, leituras trazem reflexões que podem nos ajudar a melhorar o nosso eu. No sentido de que ele tenha flexibilidade e vontade de entendendo a diversidade ,aceitar o novo mundo que nos espera. Saber a pluralidade das religiões, das opções sexuais, culturais, politicas respeitando o contraditório com argumentos coerentes e não insultos e palavrões.

Eu tenho muita fé de que a espiritualização das pessoas vai acelerar seu respeito pelas crenças e trará indivíduos mais abertos para a felicidade, a sensação de bem estar e diminuirá de maneira decisiva preconceitos existentes. O próprio turismo religioso se caracteriza como uma forma de percepção positiva das diversas manifestações religiosas.

Basta querer e se deixar levar pela vontade eterna de sermos nós mesmos, com nossas limitações mas com a grande vertente da solidariedade que o turismo desencadeia mas que só acontece com os que querem, já que alguns continuam fechados para a mudança.


*Bayard Do Coutto Boiteux é professor universitário, escritor, cidadão do mundo e colabora com o Instituto Preservale e a Associação dos Embaixadores de Turismo do RJ, de forma voluntária.

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