Olivoturismo: Serra da Mantiqueira tem roteiros especiais para quem ama azeite

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Diversas fazendas da Serra da Mantiqueira, que engloba destinos de São Paulo e Minas Gerais, oferecem visitações aos berços da produção de azeite nacional


EDIÇÃO DO DIÁRIO com agências

A produção de azeites da Serra da Mantiqueira ocorre em um momento de escassez do produto no mercado nacional e internacional. Na Europa, países exportadores como Espanha, Itália e Grécia também enfrentam queda na produção, contribuindo para uma alta de mais de 30% no preço dos produtos nos supermercados brasileiros, segundo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE.

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A oliveira é originária da região do Mediterrâneo e encontrou na Serra da Mantiqueira condições climáticas de frio que favorecem a floração. Até o momento, o clima vem sendo favorável para a colheita das azeitonas, que já iniciou em janeiro e deve prosseguir até março de 2024.

De acordo com nota enviada ao DIÁRIO, na Mantiqueira, cerca de 60% da produção de azeite está localizada em Minas Gerais, 30% a 35% em São Paulo. O restante ocorre no Rio de Janeiro. Apesar dos desafios, a qualidade e o frescor do azeite são altos, o que é favorecido pelo curto tempo entre a colheita e a chegada ao mercado, que leva apenas cerca de um mês, ante mais de um ano dos azeites importados.

Colheita de Azeitonas, na Serra que Chora, em Minas
Colheita de Azeitonas, na Serra que Chora, em Minas

Segundo Moacir Batista do Nascimento Filho, presidente da Assoolive – Associação dos Olivicultores do Contrafortes da Mantiqueira – que reúne ao todo 37 produtores de azeite – a previsão relativa aos seus associados é que a colheita deste ano será superior à de 2023, com a extração de aproximadamente 63 mil litros, de 14 extratoras (lagares). Área plantada total dos produtores: 470 ha – Área em produção 270 ha.

A estimativa da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) é que a produção de azeite de oliva de toda a região da Mantiqueira deve chegar a 120/ 150 mil litros em 2024. O volume deve superar o registrado em 2023.

Primeiro azeite extravirgem brasileiro

Ela inicia em 29 de fevereiro de 2008, quando foi extraído em Maria da Fé, em Minas Gerais, o primeiro azeite extravirgem brasileiro. O município, até então conhecido pela produção de batata, viu as oliveiras ganharem espaço nas propriedades e movimentar outros setores da economia a partir dos anos 30, quando o português Emílio Ferreira dos Santos adquiriu um terreno na cidade, trazendo seis mudas da planta.

As primeiras azeitonas foram colhidas em 1960, e 14 anos depois, em 1974, foi criada a Epamig, empresa que completa 50 anos de pesquisa e tecnologia. Em 2023 foi celebrado os 15 anos da primeira extração de azeite brasileiro.

Azeitonas selecionadas para produção de azeite Serraque Chora
Azeitonas selecionadas para produção de azeite Serra que Chora

Em 2009, nascia a Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira- Assoolive – que utiliza da tecnologia desenvolvida pela Epamig para a produção de azeite. A Associação desenvolveu em 2022 o Selo de Origem Certificada que atesta a qualidade dos azeites de seus produtores associados.

A marca interessada recebe o selo mediante atender importantes especificações, entre outras a análise química do azeite – realizada por laboratório certificado pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e, obrigatoriamente, ser classificado como tipo Extravirgem, ter acidez livre, em termos de ácido graxo oleico livre, não superior a 0,4% (g/100g).

Ao longo dos últimos 15 anos, a olivicultura se expandiu para vários outros municípios da Serra, ganhou a adesão de novos produtores e marcas que já despertam o interesse dos consumidores. Hoje as principais variedades cultivadas são Arbequina, Arbosana, Koroneiki e Grappolo, vindas de outros países, além da Maria da Fé desenvolvida em Minas Gerais e dos excelentes blends que os produtores criam a cada safra.

As oliveiras estão ganhando terreno, avançando para regiões de montanha, como a Serra do Espinhaço, abrangendo novos municípios de Minas Gerais. Os esforços no desenvolvimento de novas tecnologias de propagação e manejo das oliveiras têm obtido bons resultados. A exemplo, os azeites da Mantiqueira têm conquistado excelentes prêmios em concursos nacionais e internacionais.

Olivoturismo

A olivicultura tem atraído naturalmente o interesse das pessoas pela característica da atividade e pela sofisticação do produto que é o Azeite de Oliva.

Plantação de azeitona (Foto: DIvulgação)
Plantação de azeitona (Foto: DIvulgação)

Atualmente é possível fazer uma modalidade de turismo diferente daquela de conhecer lugares e seus pontos turísticos. Nela o visitante tem a oportunidade de viver, experimentar e aprender com o destino escolhido. Hoje já é possível viajar até essas fazendas de oliveiras, primeiro para conhecer – e valorizar – a nossa terra e seus produtores e depois lá entender melhor do fantástico mundo dos sabores – derivados das várias castas de azeitonas – aprender sobre a sua colheita e como se transformam em um mundo de sabores e tipos de azeites ideais para cada tipo de prato.

As fazendas da Mantiqueira – de São Paulo e de Minas Gerais – são plenamente visitáveis em um turismo gastronômico que oferece receptivo e roteiro completo o ano todo.

Dos associados da Assoolive ao todo são 14 fazendas de oliveiras que promovem a visitação das plantações, com palestras, degustação de azeites, em alguns casos com refeições e hospedagem em plena natureza!

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