Se a gente fizer um corte lateral, há três níveis em Nova York: O subterrâneo, o de superfície e a NY observada do alto.
La embaixo se movimenta uma extensa e completa rede de metrô com 1365 quilômetros de trilhos que atendem mais 5 milhões de pessoas por dia em 468 estações. Ou seja, o sistema cobre qualquer ponto da cidade com eficiência e velocidade. Uma cidade debaixo de outra.
O segundo nível é a própria superfície da ilha, com suas ruas, avenida, construções, praças e parques, sempre com recheio de gente (e cachorros) por todos os lados.
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Mas há ainda o terceiro plano, fundamental para o visitante: é Nova York observada do alto. Neste quesito há uma concorrência ferrenha entre prédios altíssimos que disputam a posição da melhor vista desta cidade tão egocêntrica.
O Empire State Building, construído em 1931, fica no meio da ilha. Já foi o rei da cocada. Hoje ainda brilha com seu observatório ao ar livre no 86º andar, ou 102º em ambiente fechado.
O novo One World Observatory, no comecinho de Manhattan, ocupa desde 2014 o local onde antes existiam as Torres gêmeas, destruídas pelo ataque terrorista em 2001. Com 415 metros de altura e 104 andares é considerado o prédio mais alto de New York.
Há ainda o Top of The Rock situado no famoso Rockfeller Center, no centro, com “modestos” 70 andares, compensados com vistas privilegiadas do Central Park e prédios icônicos do miolo da cidade.
Como se não bastasse, surgiu em 2020 o Edge. Fica no mais novo bairro de Nova York, o Hudson Yards. A área foi revitalizada com forte pegada ecológica, capaz de atrair todos que se preocupam com a recuperação da natureza e qualidade de vida. Com diferencial de também contar com um piso de vidro sobre os 100 andares, permite uma visão de 360 graus da cidade. É o mais alto deck a céu aberto da ilha.
Será que o Edge sinaliza o fim desta série de prédios com observatórios de New York? Se depender da paixão narcisista e sem fim da cidade, a resposta é não.
*Fábio Steinberg é jornalista, escritor e colaborador do DIÁRIO