Os impactos positivos e negativos do Rock in Rio

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O Rock in Rio entrou sem dúvida alguma para o calendário da cidade maravilhosa e sua organização interna vem se aprimorando nos últimos anos e levando uma imagem positiva do Rio como capital de grandes eventos.

por Bayard Do Coutto Boiteux (com Redação)

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Em 2019, segundo a Associação dos Embaixadores de Turismo do RJ devem circular pelo Parque Olímpico nas duas semanas de evento, aproximadamente 500 mil pessoas, das quais 45% é oriunda do Rio e municípios adjacentes e o restante vem de outros Estados brasileiros e sobretudo do Mercosul.

Verificou-se um incremento mesmo que pequeno na ocupação hoteleira e na circulação pelos atrativos turísticos. Ele acarreta, por outro lado, uma utilização efetiva das instalações construídas para as Olimpiadas e inclusive fez uso  do Parque dos Atletas, que estava completamente abandonado para estacionamento dos carros do aplicativo Uber. Tomara que como contrapartida devolvam o mesmo totalmente recuperado e que a Prefeitura volte a se ocupar do mesmo, com a presença pelo menos de guardas municipais.

Há também uma divulgação nacional e internacional das atrações do festival de Rock que ajudam um reposicionamento mercadológico do Rio em mercados emissores de forma espontânea. No fundo, ele se junta a grandes eventos como o Art Rio, o CASACOR 2019 para um calendário que possa melhorar o problema da sazonalidade que hoje ainda traz problemas para o Rio de Janeiro.

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No entanto, temos que avaliar os impactos que o mesmo traz para a população anfitriã, sobretudo aquela que vive nos lindos condomínios da Abelardo Bueno e adjacências, como a Aroazes, a Queiroz Junior, entre outras.

Ir e Vir

Apesar de um adesivo para os moradores que tem carro, a vida daqueles que ali moram se transforma num calvário. Nos dias do evento ( e são duas semanas de um evento privado), não podem receber convidados em suas casas, a parada do BRT Centro Olímpico fica com horário restrito, impedindo que os moradores se utilizem de um dos poucos transportes públicos da região, inclusive em seus deslocamento para o trabalho e causando transtornos para todos os que trabalham nos mais de 12 condomínios com infraestrutura de lazer e segurança, meios de hospedagem, restaurantes, lojas, para citar apenas alguns prestadores de serviço. Como se depreende do exposto moradores ficam , de certa forma, assim como aqueles que ali prestam serviço sem  seu direito de ir e vir.

Ambulantes

Outro problema grave é a quantidade enorme de ambulantes , que se concentra nos arredores sem nem uma ação do Poder Público, para buscar uma solução para disciplinar tal comércio. O terminal Olímpico onde os ônibus chegam virou, devo confessar, um amontoado de vendedores e de pessoas disputando espaço em horários de entrada e saída dos shows. O esquema de utilização do espaço geográfico não mereceu um estudo mais aprimorado, levando moradores a gastarem mais de uma hora para chegarem em suas residências.

Contrapartida

Num evento de tal porte, que traz uma receita para a cidade mas também expressiva para seus organizadores, é preciso avaliar o horário dos shows ,cujo som atravessa o parque e entra em algumas residências no chamado horário de silêncio e que a limpeza dos logradouros públicos em todo o entorno seja feita com mais assiduidade e afinco. É sempre bom lembrar que os moradores não tem nenhuma contrapartida nos ingressos do RIR, como por exemplo um desconto ou ainda uma melhoria no entorno, já que hoje são as próprias associações de moradores da área que cuidam da segurança e do tratamento paisagístico.

Reconheço e valorizo muito os esforços dos dois Embaixadores do Rio Roberto e Rubem Medina, que estão ajudando a cidade, hoje tão descuidada mas penso muito também em todos que moram no entorno ou ali trabalham e que merecem respeito e sobretudo poder viver durante as duas semanas do evento, uma vida normal, com restrições mas que não impeçam deslocamentos essenciais.

Tenho certeza que no próximo Rock In Rio, os organizadores e a Prefeitura irão buscar soluções para esta parte da Cidade, que hoje se vê invadida sem o devido respeito, ermbora entenda a importância de eventos para uma melhoria de qualidade do Rio, como um todo.

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*Bayard Do Coutto Boiteux é escritor, professor universitário, vice-presidente executivo da Associação dos Embaixadores de Turismo do RJ e presidente  do Portal Consultoria em Turismo.(www.bayardboiteux.com.br)

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