Paulo Fernandez Dias é o diretor de Operações Hoteleiras do Grupo Pestana Brasil. Formado em hotelaria e pós-graduado em marketing, o profissional tem ampla experiência em gestão hoteleira, com atuação durante 19 anos no Le Meridien Hotels & Resorts, como diretor de Food & Beverage e, por mais de um ano, atuou como vice-presidente de operações no complexo hoteleiro Sauípe S.A.
Em 2004, ingressou no Pestana Hotel Group passando a residir em Portugal para gerenciar o Pestana Palace Lisboa. Após atuar como gerente geral em algumas unidades do grupo no Brasil, em 2014 o executivo assumiu a atual posição de diretor de operações. Nesta entrevista ao DIÁRIO, o executivo deu especial destaque aos três hotéis de Salvador: o Pestana Bahia, o Pestana Bahia Lodge e o Convento do Carmo. Acompanhe:
DIÁRIO – O que é este conceito Time of Your Life que vocês divulgam em seus hotéis?
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PAULO DIAS – O conceito é realmente olhar um pouco para qual é a necessidade direta do cliente, entregar ao cliente o que ele pensa e precisa no momento da vida dele, o que ele está comprando e o que está recebendo. Pensamos bastante nessa área de dar ao cliente o que ele deseja; estamos trabalhando muito nisso nesse momento, não só no Pestana Bahia, mas no grupo Pestana no mundo todo.
DIÁRIO – Quais foram os investimentos que vocês fizeram, nos três hotéis de Salvador (Pestana Bahia, Pestana Bahia Lodge e Convento do Carmo) tanto em infraestrutura, ou em capacitação de mão de obra? Quais foram os mais significativos?
PAULO DIAS – Fizemos a renovação de todos os apartamentos do Pestana Bahia, isso já tem seis meses e está dando uma boa repercussão em relação ao produto. Está sendo muito positivo. Temos investido cada vez mais em mão de obra, em qualificação. Investimos mais em formação, que é o principal em termos de destino Bahia, e trabalhamos com contratação de estagiários, formação de mão de obra local para trabalharmos mais também a sustentabilidade da região.
DIÁRIO – A operação do Convento do Carmo é totalmente diferente…
PAULO DIAS – O Convento do Carmo já é um hotel de alto luxo, fica no centro histórico e já foi feito um investimento forte desde a abertura, em 2005. Nesta unidade foi feita uma reforma muito considerável. O espaço foi um hotel e ficou fechado por muitos anos, até que fizemos um grande restauro nesse investimento. Neste momento, o maior investimento que estamos fazendo é na qualificação de mão de obra no hotel.
DIÁRIO – Como vocês trabalham a sazonalidade no destino?
PAULO DIAS – Hoje Salvador passa por um momento difícil, principalmente com a área de convenções, o Centro de Convenções realmente está um pouco parado necessitando de investimentos fortes pelo governo do estado nesse segmento de congresso, perdendo mercado para Recife, Fortaleza. O destino perdeu muito em um dos principais mercados que sempre tivemos em Salvador, que são os congressos. Esse é um problema que atravessamos hoje.
Hoje o grande mercado é o público de lazer, parte corporativa, mas com todo o mercado nacional passando por uma crise no segmento corporativo, isso traz problemas graves para Salvador como destino. A cidade passa por um problema grave de demanda principalmente no segmento corporativo e de grupos de eventos.
DIÁRIO – O grupo Pestana, que é Português, tem um call Center responsável em trazer turistas estrangeiros para a Bahia?
PAULO DIAS – Sim. O mercado internacional começa a se recuperar pelo fator do câmbio. O nível do segmento, não só português, mas francês, italiano, espanhol… Isso vem acontecendo, não da mesma forma dos anos de 2004 e 2005… com essa recessão vai ser difícil voltar à época dos fretamentos do mercado europeu, mas está começando a ter uma certa melhoria em relação aos anos anteriores, principalmente no mercado internacional devido ao aumento do dólar em relação à nossa moeda.
DIÁRIO – Pode falar mais sobre a sustentabilidade na contratação de mão de obra?
PAULO DIAS – O grande investimento que temos que fazer é trabalhar muito na formação para que possamos chegar a níveis de produtividade, que é um grande problema nacional, comparando com mercados internacionais. Só conseguiremos fazer isso trabalhando a formação de mão de obra e que hajam algumas mudanças nessa legislação laboral, que traz problemas de produtividade, comparando com mercados internacionais. Nossa lei de trabalho é muito antiga e traz engessamento de produtividade, comparando com os mercados americano e europeu.
DIÁRIO – Vocês empregam nas três unidades da Bahia quantas pessoas?
PAULO DIAS – Quase 300 funcionários. Já tivemos mais, mas com essa recessão, desde o início do ano reduzimos um pouco.
www.pestana.com e www.pousadas.pt.