O painel “Potência 60+: O Valor Econômico da Longevidade”, realizado nesta segunda-feira (26) durante o Fórum de Turismo 60+, em São Paulo, trouxe à tona o crescente poder de consumo do público sênior no Brasil. A discussão foi conduzida por Sergio Duque Estrada, fundador da Ativen e referência na chamada “economia da longevidade”, e por Martin Henkel, criador da SeniorLab e especialista no comportamento do consumidor maduro. Com mediação de Thiago Akira, os palestrantes ressaltaram que o grupo 60+, que representa 15,5% da população brasileira — chegando a 27% em São Paulo e 17,8% em Minas Gerais — movimenta cerca de R$ 1,3 trilhão por ano. Além disso, é responsável pela principal ou única fonte de renda em 24% dos lares do país.
Segundo nota enviada ao DIÁRIO DO TURISMO, o Brasil está envelhecendo rapidamente. Segundo a SeniorLab, empresa que mapeia o consumo 60+ e oferece treinamentos para equipes atenderem o público sênior, a cada 26 segundos uma pessoa completa 60 anos no país, somando hoje cerca de 35 milhões de indivíduos nessa faixa etária. Esse público, longe de ser homogêneo, abrange diferentes perfis e estágios de vida, como destacou Martin Henkel. “Quando falamos de 60+, falamos de vários momentos da vida. Os novos 60+ são ativos, exigentes e não aceitam ser infantilizados. Eles podem fazer o que quiserem e podem pagar por isso, o que muda completamente a dinâmica para os negócios”.
A conectividade também é uma realidade entre os 60+: 76% possuem smartphones habilitados, segundo dados da pesquisa TIC Domicílios, utilizando aplicativos como WhatsApp e navegando na internet. No entanto, as marcas ainda falham em atendê-los adequadamente. Uma pesquisa da Fleishman Hillard aponta que 72% consideram o varejo despreparado para o atendimento ao público sênior, e 65% afirmam que as empresas não entendem suas necessidades.
Sergio Duque reforçou a diversidade de comportamentos dentro desse grupo. “A ideia de que só buscam conforto é ultrapassada. Estão dispostos a pagar por aventura do mesmo modo que querem conforto. O turismo precisa conhecer melhor esse cliente.” Ele também destacou que apenas 22% dos 60+ planejam deixar herança, uma vez que priorizam gastos com viagens, experiências, saúde e causas beneficentes.
O painel evidenciou a urgência de adaptação do mercado a esse consumidor crítico e com poder de compra. Produtos e serviços devem focar em funcionalidade e usabilidade, enquanto experiências personalizadas e atendimento sem estereótipos são essenciais para engajar esse público que só cresce e consome.
“É fundamental levarmos essa discussão com dados atualizados para a programação do Fórum de Turismo 60+. Queremos qualificar verdadeiramente nossos agentes de viagens para atender esse público que cresce a cada ano”, finaliza Ana Melo, idealizadora do evento. O Fórum de Turismo 60+, realizado no Holiday Inn em São Paulo, reuniu mais de 800 participantes e especialistas para debater o impacto econômico da longevidade.
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