O cerne da petição se coloca contra a instalação da tirolesa no Pão de Açúcar por oferecer “impactos ambientais”
Recebemos aqui na redação do DIÀRIO um abaixo assinado de uma associação de montanhistas do Rio de Janeiro. O cerne do manifesto era seu posicionamento contra a instalação da tirolesa no Pão de Açúcar.
De acordo com o documento, o projeto da tirolesa impactará em consequências negativas na fauna e na flora da região.
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Esta tirolesa está sendo instalada no Pão de Açúcar do Rio de Janeiro e promete adrenalina com vistas de tirar o fôlego. O projeto, que tem abertura prevista para o segundo semestre de 2023, visa diversificar a oferta turística neste emblemático local do Brasil que já recebe 1,6 milhões de visitantes por ano. Prevê a instalação de quatro cabos de aço para ligar o Pão de Açúcar, que se eleva a 396 m, ao seu vizinho, o “Morro da Urca”, o morro da Urca, a 220 m acima do nível do mar.
Trata-se de uma travessia de 755 metros, a uma velocidade de até 100 km/h. “Uma experiência única e amiga do ambiente”, adianta em nota o Parque Bondinho, empresa que administra o atrativo turístico.
No último domingo (26), dezenas de manifestantes se reuniram aos pés do Pão de Açúcar e protestaram contra esse projeto que consideram prejudicial ao meio ambiente e à imagem da “Cidade Maravilhosa”. “Isso só causará danos à nossa cidade”, disse à AFP o psicólogo Gricel Osorio Hor-Meyll, membro da ONG Grupo de Ação Ecológica e do movimento Pão de Açúcar sem Tirolesa.
Desde 1912, dois teleféricos conectam a base ao cume do Pão de Açúcar, que se eleva a 396 metros acima do nível do mar.
Segundo a ONG, a tirolesa vai “desfigurar” essa paisagem classificada como Patrimônio Mundial da UNESCO. O local do Pão de Açúcar é tombado assim como o Cristo Redentor do Corcovado. Os críticos do projeto apontam riscos para a fauna e flora do local, já afetados segundo eles pelos inúmeros sobrevoos de helicópteros turísticos e por eventos noturnos organizados no morro da Urca. Outra preocupação são as perfurações na rocha para prender os cabos. “Não é só rocha, tem vida” no Pão de Açúcar, diz Gricel Osório Hor-Meyll, lembrando que o local também é protegido pelo Instituto do Patrimônio e Artístico do Brasil (Iphan).
A empresa Parque Bondinho, que geriu durante mais de um século os teleféricos que permitem subir ao topo diz ter “obtido todas as licenças necessárias” junto das autoridades. Segundo ela, o impacto visual será reduzido, pois os cabos das tirolesas são mais finos que os do teleférico que já liga a atração turística ao morro da Urca, e vibram menos.
O Parque Bondinho diz que consultou associações da sociedade civil antes da criação do projeto. Mas os manifestantes que ostentam cartazes “SOS Unesco” ou “Não à tirolesa” denunciam, pelo contrário, a falta de diálogo.
A petição online que chegou ao DIÁRIO coletou mais de 13 mil assinaturas.
Em nota, o movimento Pão de Açúcar sem Tirolesa diz que este projeto é apenas “a ponta de um gigantesco iceberg”. Segundo esse grupo, a empresa que administra o local pretende construir outras atrações, lojas, um teatro e uma boate. “É horrível, monstruoso, seria o fim do Pão de Açúcar”, disse Regina Costa de Paula, artista visual de 67 anos. A empresa Parque Bondinho “age como se o Pão de Açúcar lhe pertencesse”, disse Hans Rauschmayer, um alemão de 57 anos que vive no Rio de Janeiro. “Mas, na verdade, é a herança do Rio, do Brasil e do mundo inteiro”, afirma.
(com informações do Le Figaro, AFP e EDIÇÃO DO DIÁRIO)
O Pão de Açúcar não é uma rocha qualquer! É um patrimônio mundial que deve preservar a sua paisagem única. Além disso, é um lugar de contemplação, não adequado para receber 100 pessoas gritando por hora. As 4 tirolesas fazem parte de um projeto agressivo que só engrossa o turismo predatório na cidade. Não há nada de positivo, só caos!