A partir de setembro, solicitantes brasileiros de visto para os Estados Unidos enfrentarão novas exigências. Entre as alterações, destaca-se a obrigatoriedade de entrevistas presenciais para menores de 14 anos e maiores de 79 anos, antes dispensados desse procedimento, salvo em casos específicos de renovação.
REDAÇÃO DO DIÁRIO — com informações da especialista em vistos Valéria Vazquez Rueda
Segundo o Departamento de Estado norte-americano, todos os pedidos de visto de turismo, trabalho e estudo deverão passar por entrevista em um dos consulados localizados em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre ou Recife. Essa etapa é considerada a mais decisiva para a concessão da autorização.
Valéria Vazquez Rueda, especialista em vistos e fundadora da Quality Vistos, agência que já auxiliou mais de 600 brasileiros no processo, alerta que o novo cenário traz maior rigor. “O Brasil é um país continental e muitas famílias terão dificuldade para se deslocar até um consulado. Esse custo adicional com transporte e hospedagem pesa no bolso e torna o processo ainda mais desafiador”, pontua.
Impacto no turismo
O Brasil foi o quarto país que mais enviou turistas aos Estados Unidos nos três primeiros meses deste ano, segundo a organização Viva América. Foram 478 mil brasileiros no período. Para Valéria, esse fluxo deve sentir os efeitos das mudanças, principalmente devido ao aumento da burocracia e dos custos extras.
Ela reforça, no entanto, que a presença na entrevista não garante aprovação. “Estamos vivendo um momento de tensão e todo detalhe conta. Cada vez mais os Estados Unidos têm selecionado o perfil do turista que desejam receber: alguém que consome, gera receita em solo americano e retorna ao seu país de origem. Ao menor indício de intenção de permanecer de forma irregular, o visto é negado”, ressalta.
Critérios políticos entram em pauta
No último dia 19, a Casa Branca emitiu comunicado reforçando que manifestações públicas contra os Estados Unidos, inclusive em redes sociais, poderão ser usadas como critério para negar a autorização de entrada. “Com a instabilidade política e os ajustes nas regras, é preciso estar atento para que o sonho de viajar aos Estados Unidos não se transforme em frustração”, conclui Valéria.