Roberto Silva, da Sanchat Tour: “Quem quer conhecer Cuba como realmente é, tem que ser agora”

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Roberto Silva, presidente da Sanchat Tour, operadora especializada em pacotes para o Caribe, e em especial para Cuba, atendeu o DIÁRIO DO TURISMO e concedeu esta entrevista. De acordo com Roberto, o processo do fim do embargo econômico será lento e que a abertura não acontecerá do dia para a noite. “Eu vejo que Cuba, nesses 51 anos, se preparou para o mais difícil. Parte da negociação com os Estados Unidos será bastante demorada e burocrática“, afirma. Roberto, porém, não acredita que o desembargo vá levar mais brasileiros para o país de Fidel Castro, mas sim, americanos: “Essa abertura, para o Brasil, não vai representar um boom, porque nós temos ali uma potência mundial (Estados Unidos) que está a 90 milhas de Havana“, declara. Acompanhe, a seguir, a entrevista completa:

DIÁRIO – Qual a expectativa do aumento de fluxo de turistas após o anúncio do desembargo econômico entre Cuba e os Estados Unidos?

ROBERTO SILVA – O destino Cuba está em evidência, não só no Brasil, mas no mundo todo. No dia 17 de dezembro tivemos a aproximação a partir dos líderes Barack Obama e Raul Castro, começando com os primeiros acertos e acordos diplomáticos para o reatamento.

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É claro que após 51 anos, não se espera que a coisa aconteça do dia para a noite, vai acontecer sim, mas gradativamente. Eu vejo que Cuba, nesses 51 anos, se preparou para o mais difícil, então a parte da negociação com os Estados Unidos será bastante demorada e burocrática. É lógico que os americanos, com a economia estabilizada como está hoje, acredito que eles estão ávidos para fazer investimentos na ilha.

Então, já estão previstos para maio deste ano vários navios que fazem os cruzeiros no Caribe e tem a oportunidade de parar em algum dos portos de Havana. Existem alguns portos que já estão preparados para isso.

As companhias aéreas que já voam hoje, são a Copa e Airlines e a Ibéria. Já foi anunciado a Air China chegando a Cuba, os americanos já estão também tratando de buscar seus acordos para chegar à ilha com suas aéreas.

DIÁRIO – Para o Brasil, essa abertura pode levar mais brasileiros para lá?

ROBERTO SILVA – Essa abertura, para o Brasil, não vai representar um boom, porque nós temos ali uma potência mundial (Estados Unidos) que está a 90 milhas de Havana. Então, imagina hoje que para levarmos um turista brasileiro daqui até Cuba, dependemos de conexões, tínhamos até fevereiro a linha aérea Cubana de Aviacion, que já suspendeu seus voos para o Brasil. Nós demoramos de 12 a 13 horas para levar um cliente até lá. Eles (os americanos) estão ali do lado e levam 12 minutos num voo Miami/Havana.

Quanto aos preços já estão sendo remodelados em Cuba, porque, com esse bloqueio, os americanos tinham um preço diferenciado da Europa e América Latina. Os preços já estão subindo, então o brasileiro tem que aproveitar. O brasileiro tem que ir a Cuba agora porque os preços vão aumentar sim.

Vejo que essa alta que se prevê não será assim. Será lenta, os preços subirão. Quem quer conhecer Cuba como ela realmente é, tem que ser agora, porque as mudanças vão acontecer.

DIÁRIO – Como estão os preparativos da Sanchat para a Feira Internacional de Turismo de Cuba (FIT)?

ROBERTO SILVA – Esse ano não será como em 2013, quando o Brasil foi homenageado. Naquele ano foi uma delegação bastante expressiva com a presença do ministro Gastão (Vieira). Esse ano não será tão grande assim. Devemos levar uma delegação do Brasil de 20 pessoas. Isso não impede que o agente de viagens, como a mídia está chamando muito o destino Cuba,  se inscreva individualmente e apareça mais. No ano passado eu falei em 200 e a nossa delegação foi de 150. Hoje existem vários convites sendo enviados para os agentes de viagens. Tinhamos previsto a visita da Braztoa em fevereiro e suspendemos para o final de outubro.

Sairemos agora, em parceria com a Braztoa e o governo cubano, em um turismo week exclusivo de Cuba, onde todos os operadores lançarão pacotes exclusivos para Cuba. Isso chamará muita atenção. Na FIT eu não acredito que tenha uma demanda tão grande.

Está acontecendo uma negociação com a Copa Airlines de levar uma delegação de 150 agentes de viagem no final de maio. Por isso não focamos muito na FIT Cuba. Estou focando no final de maio, quando teremos uma delegação expressiva de brasileiros, que são agentes de viagem associados junto com o Copa Vacation para fazer a convenção dos Copa Vacation Brasil em Cuba. Esse seria o boom para o turismo brasileiro se aproximar da ilha de Fidel.

 

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