Após quatro meses de crise com o Ocidente, a Rússia decidiu atacar a Ucrânia nesta quinta-feira, estabelecer uma presença militar no Donbass, naquilo que Kiev classificou do começo de uma invasão total.
Agências Internacionais – Washington e Moscou
Em pronunciamento às 5h45 (23h45 da quarta, 23, em Brasília), o presidente Vladimir Putin disse que anunciou uma operação militar para “proteger a população do Donbass”, região do vizinho na qual ele reconheceu áreas rebeldes pró-Rússia na segunda-feira.
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Há sinais claros de um ataque amplo. Putin disse estar cumprindo o que havia prometido: enviar tropas para apoiar as autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk.
Há explosões ouvidas em diversos pontos do país, e o governo da Ucrânia afirma que soldados russos desembarcaram em Odessa, importante porto do mar Negro no sul do país, e cruzaram a fronteira perto de Kharkiv. Ainda não há confirmação.
“A invasão da Ucrânia começou”, afirmou, por sua vez, o ministro do Interior ucraniano, Denis Monastirski, citando ataques com artilharia e mísseis. “É uma invasão total”, disse seu colega chanceler, Dmitro Kuleba no Twitter.
Pelo menos oito pessoas foram mortas e nove ficaram feridas pelo bombardeio russo, disse um assessor do ministro ucraniano de Assuntos Internos nesta quinta-feira.
A guarda de fronteira disse separadamente que colunas militares russas cruzaram a fronteira ucraniana nas regiões de Chernihiv, Kharkiv e Luhansk.
Separatistas apoiados pela Rússia no leste da Ucrânia disseram que capturaram as cidades de Shchastia e Stanytsia Luhanska, na região ucraniana de Luhansk, informou a agência de notícias RIA. Não houve comentários imediatos das autoridades da Ucrânia.
A Ucrânia indicou que a Rússia estava transferindo equipamento militar para o país da Crimeia anexada e que a Rússia estava bombardeando todo o país até a região de Lviv, no oeste da Ucrânia. Além disso, a Ucrânia estaria enfrentando ataques cibernéticos ininterruptos.
Segundo a agência de notícias RIA, citando o Ministério da Defesa da Ucrânia, estão sendo atacadas instalações militares da Ucrânia com artilharia de alta precisão. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, decretou lei marcial no país e pediu calma aos cidadãos de seu país em mensagem via rede social.
“Há um minuto, tive uma conversa com o presidente [Joe] Biden. Os Estados Unidos já começaram a unir o apoio internacional. Hoje cada um de vocês deve manter a calma. Fique em casa se puder. Nós estamos trabalhando. O exército está trabalhando. Todo o setor de defesa e segurança está funcionando. Sem pânico. Nós somos fortes. Estamos prontos para tudo. Vamos conquistar todo mundo porque somos a Ucrânia”, disse Zelensky.
Já o Ministério da Defesa da Rússia negou as informações dos ucranianos e afirmou que “não visa cidades ucranianas com mísseis ou artilharia”.
O presidente Joe Biden disse que os Estados Unidos e aliados responderão de “forma unida e decisiva”.
Segundo o comunicado em que anunciou o ataque, Putin disse que não poderia tolerar mais ameaças do vizinho e que as circunstâncias demandavam uma ação decisiva da Rússia no leste ucraniano, conhecido como Donbass.
O presidente russo defendeu a opção pela operação para “proteger as pessoas”. De acordo com ele, a intenção não é ocupar o território ucraniano.
Biden
Os Estados Unidos e seus aliados responderão de maneira unida e decisiva a “um ataque não provocado e injustificado das forças militares russas” à Ucrânia, disse o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, depois que explosões foram ouvidas na capital ucraniana de Kiev.
“O presidente (Vladimir) Putin escolheu uma guerra premeditada que trará uma perda catastrófica de vidas e sofrimento humano”, disse Biden em comunicado.
“Somente a Rússia é responsável pela morte e destruição que este ataque trará. O mundo responsabilizará a Rússia.”
Biden disse que anunciará nesta quinta-feira outras medidas a serem impostas à Rússia pelos Estados Unidos e seus aliados.
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