São Paulo completa 461 anos. História e cicatrizes

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Por JORGE SALIM*

Praça da Biblioteca, moradores de rua e Wi-fi.
Um dos ícones mais antigos do centro da cidade de São Paulo, que vai completar 461 anos neste próximo domingo, a avenida S. Luís com uma das ruas mais enigmáticas do município, a Consolação, possuem dois símbolos fincados naquele quadrilátero, a Biblioteca Municipal Mário de Andrade e a Praça D. José Gaspar. Lá vi e convivi com alguns acontecimentos que nunca me esquecerei. Local das lojas da ex-companhias aéreas como Varig, Cruzeiro do Sul, Vasp e TransBrasil. Filas intermináveis de filmes como O Exorcista e Os Embalos de Sábado à Noite, que dobravam o quarteirão para depois ingressarem no Cine Metrópole, na galeria do mesmo nome. Tempos bons.

Anos 70 & Amizades do Turismo
Para os nostálgicos. Uma muvuca que o Osmar Santos agitou, Futeboys, onde ela narrava os jogos na hora do almoço com centenas de pessoas vibrando como se fosse um estádio de futebol. Tempos mais tarde fui trabalhar no prédio de número 30 da praça D. José Gaspar. Foi o meu debut no turismo. Meu primeiro trabalho em turismo. Era uma espécie de consolidadora chamada Holyday Tours de Décio Apolinário. Lá conheci alguns bambambans do trade como o Eloy de Oliveira da EDO, Erly Rodrigues, da American, Rui Santos Alves, da Viaggio, Raimundo Cassulino da Rextur, Nelson Baeta da Sightseen, João Araújo da Lan, Osmar da Casa Faro, a jovem Ana Maria Berto da Dimensão, que tinha como proprietário, o sr. Rubens e o Ciasca como seu sócio, Ronaldo Có Faria, Juarez Régis da Equipe do Professor, também da Dimensão. Vi a Nacional Turismo, a da. Margarida, da Welcome, a ATI dos irmãos argentinos, a Panexpress, a Turnac, a LAB com Vitor Palenque, a BRA dos irmãos Folegatti, enfim uma história que começou por volta do anos 80 e durou até recentemente, em abril de 2014.

Praça Dom José GAspar
Pois bem, o quadrilátero faz parte do meu passado de trabalho, do meu convívio, e ainda hoje passo por lá
Em tempos atuais

Pois bem, o quadrilátero faz parte do meu passado de trabalho, do meu convívio, e ainda hoje passo por lá, almoço com os amigos nas casas que herdaram os nomes daquela época, Chamon e Paribar. O prédio da Generalli que hoje abriga um centro de callcenter. A loja de roupas Camisaria Colombo que substituiu as Lojas Garbo. Tudo está no mesmo lugar. Só que não!
Por onde passamos temos um “quê” de modernidade. Foi a primeira praça a ter Wi-fi, segundo a administração municipal atual. Nossa! Primeiro mundo? Só que não! Temos uma chaga por lá. São os moradores de rua, drogados, marginalizados, abandonados a própria sorte. Furtando objetos, bolsas e celulares das pessoas que lá transitam. Eu mesmo presenciei um furto do celular de uma moça que passava desavisadamente e distraída.
A praça é uma verdadeira arapuca, pois, por ter a rede sem fio, as pessoas vão até lá e se utilizam dos smartphones, tabletes e outros eletrônicos, por estarem próximos desses “moradores de rua”, são presas fáceis para os furtos destes ditos, nóias. Eu por exemplo já fui mordido por um dos cães vadios destes moradores. Uma verdadeira mancha para os turistas que frequentam o local. Fico pensando o por quê desse descuido por parte das autoridades da promoção social do município.

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wifi na praça
Será que a moderna conectividade precisa conviver ao lado desta chaga da sociedade consumista?

Modernidade X miséria
Será que a moderna conectividade precisa conviver ao lado desta chaga da sociedade consumista que são os indivíduos que vivem à margem das oportunidades? Assim fico com saudades dos velhos tempos, quando do outro lado do prédio da Biblioteca, havia o prédio que hoje é o hotel Jaraguá, e lá estava a sede do Estadão, jornal O Estado de S. Paulo com o seu imponente relógio ao alto do edifício e os letreiros eletrônicos sobre aquele enorme afresco de Di Cavalcanti, dizendo: São Paulo de mãos ao alto!

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