Custo elevado do crédito, desemprego e queda da renda ainda retém resultados melhores da pesquisa
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), alcançou 77,1 pontos em fevereiro de 2017, em uma escala de 0 a 200. Abaixo dos 100 pontos, o resultado ainda indica percepção de insatisfação com as condições correntes e, embora tenha aumentado 1,2% na comparação mensal, apresenta queda de 2,1% em relação ao mesmo período de 2016.
A CNC acredita que a queda dos juros, aliada ao processo de redução da inflação, promova maior incentivo à recuperação do comércio e, consequentemente, à confiança do consumidor. “Mas é válido ressaltar que o ritmo de melhora das vendas e da atividade do setor ainda vai depender da velocidade de redução do endividamento das famílias, das empresas e da retomada do mercado de trabalho”, aponta Juliana Serapio, assessora econômica da entidade.
Emprego
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Os dois componentes ligados ao emprego registraram pontuação acima da zona da indiferença. Emprego Atual atingiu 106,4 pontos e registrou alta de 0,7% em relação ao mês anterior e alta de 0,1% na comparação com fevereiro de 2016. Já a Perspectiva Profissional atingiu 101,8 pontos e teve aumento de 1,9%, ante janeiro. Na comparação anual, no entanto, caiu 1,4%. O percentual de famílias que se sentem mais seguras em relação ao emprego atual é de 31,5%, ante 31,3% em janeiro.
Consumo
Com a menor pontuação mensal (52,3 pontos), o subitem Nível de Consumo Atual apresentou queda de 0,4%, ante janeiro, e queda de 6,1%, na comparação com o mesmo período do ano anterior. A maior parte das famílias, 60,6%, declarou estar com o nível de consumo menor do que no ano passado. Já o componente Compra a Prazo teve aumento de 1,3% na comparação mensal e queda de 9,5%, em relação a fevereiro de 2016.
Importante indicador de consumo, o subitem Momento para Duráveis cresceu respectivamente 1,5% e 5,3%, nas variações mensal e anual. Apesar de a taxa de juros para o consumidor já apresentar uma leve queda, a maior parte das famílias (70,1%) ainda considera o momento desfavorável para a aquisição de duráveis.
Expectativas
A perspectiva de consumo das famílias cresceu 1,5% em relação a janeiro de 2016. Na comparação anual, o índice apresentou aumento de 7,2%, a quinta variação anual positiva desde agosto de 2014. O índice registrou 67,6 pontos.
Embora haja um processo de retomada gradual da confiança de consumidores e empresários, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) espera relativa estabilidade nas vendas do comércio em 2017, que poderão ser mais aceleradas de acordo com a confiança na governabilidade e na implementação das reformas necessárias.