por Andrea Nakane*
A primeira impressão geralmente é a que fica… ela pode ser substituída, sem dúvida, com muito afinco e gana de transformar algo negativo, em movimento positivo, em função da demonstração em agir para contornar ou efetivamente extinguir as percepções iniciais.
Sinceramente esperamos que tenhamos essa segunda chance, no que diz respeito aos primeiros passos da execução internacional da RIO 2016.
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Amanhecemos o domingo, com críticas duras com relação às instalações da vila olímpica no Rio de Janeiro, espaço de hospedagem das 206 delegações que irão participar da 31º edição dos Jogos Olímpicos de Verão, no Rio de Janeiro.
A delegação Australiana, representante da nação que já recebeu uma edição dos jogos em 2000 e soube aproveitar de forma extraordinária a visibilidade gerada pelo evento, com elogios extremos a organização, nem chegou a ingressar no prédio reservado a ela, o B23, e decidiu buscar acomodações em hotéis da região. E fez questão de justificar tal ato por meio de um relatório extenso e publicado no site do Comitê Olímpico Australiano (AOC, na sigla em inglês) e também dirigido ao COI.
E tudo leva a crer que outras nações também assinem embaixo de tal constrangedor comunicado, como é o caso da Nova Zelândia e Grã Bretanha. Países como Estados Unidos, Holanda e Itália, não titubearam e estão arcando com as despesas para deixar em estado “habitável” para usar um termo bastante mencionado pelos atletas, as acomodações que lhes foram entregues.
Os dirigentes estão alegando que o fato é normal, que já ocorreu em outras edições passadas, e no máximo em 72 horas todas as pendências serão solucionadas.
Não é possível também ter uma autoridade máxima tentando ser um comediante sem talento e exaltando que “ irá trazer um canguru para deixar os australianos mais em casa
Realmente o que não é normal, é ter um equipamento inaugurado, já com 200 atletas ávidos para entrar no clima, e inúmeros problemas serem os grandes anfitriões do evento.
Foram mais de 07 anos de esforços, ou deveriam ter sido. Não é possível também ter uma autoridade máxima tentando ser um comediante sem talento e exaltando que “ irá trazer um canguru para deixar os australianos mais em casa.”, como externado pelo prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
Isso só demonstra a total imaturidade de nossos líderes e que realmente, não deveríamos estar tendo essa honra de sediar o maior evento esportivo do mundo.
Vamos falar muito menos e agir muito mais! Sabemos que o que iremos entregar é algo muito aquém de um padrão internacional, reconhecido mundialmente nas últimas edições, porém não precisamos mais holofotes negativos. Fazer o que deve ser feito… é algo simples… mas que para nossa cultura, parece ser uma missão quase impossível!
Sim… somos todos Rio 2016, mas não vamos assinar embaixo de incompetências e desajustes evidentes de falta de profissionalismo e dignidade.Os jogos não pediram para vir para cá… nós nos oferecemos… corremos atrás… nos comprometemos em oferecer nosso melhor… e mesmo com toda a crise do país… não é possível que isso seja o nosso melhor… só se for o melhor do pior!
Estamos só começando… ainda dá tempo de injetar seriedade e diminuir a vergonha nacional!
*Andrea Nakane é professora, empreendedora e diretora do Mestres da Hospitalidade
Somos um país de dimensões continentais, porque todos os eventos internacionais tem que ser somente no RJ? A Baía da Guanabara “agoniza” pela poluição acumulada. É difícil a Economia Brasileira voltar a crescer, se o básico dos básicos que é a infra-estrutura e acomodações de Turistas e Atletas, esteja tendo repercussão negativa na imprensa internacional. A Mídia televisiva só esqueceu de lembrar que tais instalações (vila olímpica) foi cogitada para, depois das Olimpiadas, ser entregue ao programa “Minha casa, minha vida”, ou seja, para famílias residirem !!!
De fato, a situação é lamentável. Acredito que seja uma falta tremenda de comprometimento e, consequentemente, de profissionalismo . Cadê a hospitalidade do povo brasileiro? Cadê a seriedade com a qual deveriam trabalhar na perspectiva de garantir a ‘casa’ arrumada pelo menos para as 206 delegações, já que é uma obrigação da comissão receptora? Bom, acredito que esses problemas são reflexos dos deficits existentes em termos estruturais. O Brasil, especificamente o Rio de Janeiro, deveria atentar mais para a organização da casa. Com isso feito, o que viesse seria lucro! O que existe aqui em termos de atratividade é nosso, ninguém tira. Divulgação no exterior? Vamos pensar isso estabelecendo ações a longo prazo, como muito vem sendo feito, porém sem atitudes imediatistas, pois elas só trazem malefícios.
Sempre defendi a corrente de que é preciso solucionar os problemas existentes em âmbito local na ideia de minimizar ao máximo os efeitos contraditórios em se tratando de experiências negativas na vivência dos turistas.
É necessário fazer com que o Brasil, de maneira geral seja bom para os próprios brasileiros. Como consequência, ele será espetacular para os visitantes/turistas.