De 4 a 7 de março de 2020, o Sesc São Paulo realiza, nas unidades 24 de Maio, Avenida Paulista, Bom Retiro, Consolação e Pompeia, a segunda edição do Encontro Internacional Nós tantas outras, em que conferencistas e grupos de trabalho abordam o poder do coletivo na construção de novos imaginários, além de discutirem as realidades das mulheres no Brasil e na América Latina.
EDIÇÃO DO DIÁRIO
A primeira edição, realizada em 2018, reuniu 32 pesquisadoras atuantes em diversos países, entre elas Amelinha Teles (Brasil), Patricia Hill Collins (EUA), e Noorjahan Akbar (Afeganistão), que refletiram sobre a condição social da mulher em diferentes localidades e realidades, os feminismos e os desafios que se apresentam na contemporaneidade. Parte do registro do encontro pode ser visto no webdocumentário Nós Tantas Outras, lançado em novembro de 2019 e disponível no Youtube e no site sescsp.org.br/nostantasoutras
Veja também as mais lidas do DT
Em 2020, o encontro pretende mirar para a força coletiva das mulheres, as conquistas dos feminismos e refletir sobre os novos imaginários sociais que estão criando para si em resposta a sistemas de desigualdade. Propõe reunir pesquisadoras e coletivos que se dedicam à tarefa de contribuir para a erradicação das violências e disparidade de gênero, buscando a efetiva defesa e promoção dos direitos das mulheres e criando oportunidades para a partilha de experiências nacionais e internacionais protagonizadas por mulheres.
Por meio de convocatória endereçada a coletivos do Brasil e da América Latina, direcionada a experiências coletivas, resultado de estudos acadêmicos, processos artísticos ou de ações político-sociais, vinte e quatro coletivos foram selecionados para integrarem grupos de trabalho que acontecerão no período da tarde, nas unidades Consolação, 24 de Maio e Avenida Paulista (de 4 a 6 de março), com os temas: Saberes, Ciência e Tecnologias; Produção Artística e Política Cultural e Representatividade, Representação e Identidades. No período noturno, serão realizadas as conferências nas unidades Pompeia, Bom Retiro e Avenida Paulista, onde serão abordados os temas Mulheres e Novos Imaginários – tema dessa edição; Mulheres, Poder e Representação e O Futuro dos Feminismos na América Latina.
Além das conferências e dos grupos de trabalho, o Encontro terá encerramento celebrado em uma edição especial do projeto Boteco da Diversidade, realizado no Sesc Pompeia, com programação concebida e protagonizada por mulheres cuja atuação dialoga com as questões abordadas durante os encontros.
Ao propor maior inserção e visibilidade, a partir de demandas contemporâneas, o Programa de Diversidade Cultural do Sesc São Paulo(ver informações abaixo) pretende contribuir para a ruptura nos campos individual, coletivo e institucional de estruturas sociais ainda desiguais, violentas e preconceituosas. Estruturas estas que colocam o país, em vários aspectos, como um dos mais violentos para mulheres, indígenas, povos e comunidades tradicionais, população negra e grupo com diferentes identidades de gênero e orientação sexual.
PROGRAMAÇÃO – CONFERENCISTAS CONFIRMADAS
MESAS
Mediação:
Bianca Santana (Brasil) Doutoranda em Ciência da Informação pela Universidade de São Paulo, suas áreas de pesquisa são a memória e a escrita de mulheres negras. Jornalista formada pela Faculdade Cásper Libero, onde foi professora, é autora de “Quando me Descobri Negra” (SESI_SP, 2015) e colunista da revista Cult.
(DIA 4) Conferência 1: Mulheres e Novos Imaginários
Kaiulu Yawalapiti (Brasil)
Pertence à etnia Yawalapiti. Fundadora e Presidente da Associação Yamurikumã das Mulheres Xinguanas. Universitária de Tecnologia em Gestão Hospitalar e de Serviço Social. Trabalha na SESAI – Secretaria Especial de Saúde Indígena DO Ministério da Saúde, em Canarana – MT.
Lilian Celibert (Uruguai)
Professora, ecofeminista, fundadora de Cotidiano Mujer, no Uruguai, da Articulação Feminista do Mercosu e do Coletivo Ecofeminista de Daphnias. É editora de “As Bases Materiais que Sustentam a Vida – Perspectivas Ecofeministas ”, em 2018, e “Notas para a Memória Feminista em Urguay 1983-1995”, em 2017. Organiza por 7 anos a Conferência de Debate Feminista no Uruguai.
Vilma Reis (Brasil)
Socióloga e defensora dos direitos humanos, atuou na ouvidora geral da Defensoria Pública da Bahia (DP-BA) de 2015 a 2019. Em seu mandato, destacou-se por aproximar o órgão a grupos vulneráveis, pela luta contra o racismo e o sexismo na atuação dos órgãos de justiça.
(DIA 5) Conferência 2: Mulheres, Poder e Representação
Claudia Coari (Peru)
Presidenta da Rede Nacional de Mulheres Produtoras de Agricultura Familiar, atuou como Congressista da República do Peru entre 2011 e 2014. Desde jovem começou a se organizar em comunidade, promovendo os direitos humanos e criando redes comunitárias voltadas para jovens e adultos, sempre com um forte compromisso com as atividades de base.
Flavia Rios (Brasil)
Socióloga, professora doutora do Departamento de Sociologia da Universidade Federal Fluminense, coordenadora do curso de Ciências Sociais da UFF e do Grupo de Estudos e Pesquisa Guerreiro Ramos (NEGRA). Atualmente integra o núcleo Afro / Cebrap, onde trabalha com a equipe do projeto Vozes do Genocídio da Juventude Negra (CNPq / 2019). É co-autora dos livros Lélia Gonzalez, publicado em 2010, e Negros nas Cidades Brasileiras (Intermeios / FAPESP2018).
Ochy Curiel (República Dominicana) Doutora em Antropologia Social pela Universidade Nacional da Colômbia, é professora da Universidade Nacional e da Universidade Javeriana em Bogotá. Atuante no movimento lésbico-feminista, feminismo anti-racista, autônomo e iniciador do feminismo descolonial. Membra do Grupo Latino-Americano de Estudos Feministas, Treinamento e Ação (GLEFAS) e Tremenda Revoltosa, batucada feminista.
(DIA 6) Conferência 3: Coletivos de Mulheres – Balanços e Perspectivas
Danielle Almeida (Brasil) Artivista, cantora-educadora-pesquisadora; mestre em Ciências da Educação pela Universidad de Monterrey (México); Especializada em História da África e dos Afro-brasileiros pela Universidade Federal de Minas Gerais e Casa das Áfricas. Estudiosa nas áreas de música afro-latinoamericana, educação das relações raciais e manifestações culturais afrodescendentes na América Latina.
Juliana Gonçalves (Brasil) Mestranda em Estudos Culturais pela USP, é jornalista e ativista dos direitos humanos com foco em raça e gênero. Integra a Marcha das Mulheres Negras/SP e a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial de São Paulo (Cojira). Atualmente, coordena a articulação política da Mandata Quilombo de Erica Malunguinho na Assembleia Legislativa de SP.
Maria Clara Araújo (Brasil) Graduanda em Pedagogia pela PUC-SP. É pesquisadora em teoria curricular com ênfase em pedagogias decoloniais e antirracistas. Atualmente, é articuladora política da Mandata Quilombo de Erica Malunguinho na Assembleia Legislativa de SP.
(DIA 7) Conferência de Encerramento – O Futuro dos Feminismos na América Latina
Sonia Alvarez (EUA/Brasil/Cuba)
Doutora em Ciência Política pela Yale University. A. B. Diretora do Center for Latin American Caribbean and Latino Studies da UMass Amherst School of Public Policy (SPP). Áreas de pesquisa: política latino-americana e das culturas, com foco no Brasil e no Cone Sul; feminismos e gênero; política; raça, racismo e antirracismo nas Américas; feminismos e pós-colonialismos. Autora dos livros (co-editados) “Translocalities / Translocalidades: Política Feminista da Tradução em Latin/a Américas” e “Além da Agenda da Sociedade Civil: Ativismo, Participação e Protesto na América Latina”.
Erica Malunguinho (Brasil)
Deputada estadual da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Graduada em Pedagogia, é mestra pelo Programa de Pós-Graduação Interunidades em Estética e História da Arte da Universidade de São Paulo. É idealizadora e gestora do Aparelha Luzia, centro cultural e espaço de resistência preta no centro da capital paulista, além de realizar consultorias e palestras sobre as culturas afro-diaspóricas no Brasil.
Informações e programação em sescsp.org.br/nostantasoutras.