Presidente não revelou detalhes da ordem executiva, mas é possível que a medida afete brasileiros que estão em processo para obtenção do ‘Green Card’ por trabalho ou outros vistos nos EUA, afirma pesquisador brasileiro que lançou em 2019 livro sobre trabalho legal nos Estados Unidos.
EDIÇÃO DO DIÁRIO com agências
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O presidente Donald Trump afirmou na noite desta segunda-feira (20), que assinará uma ordem executiva para suspender toda a imigração para os Estados Unidos por tempo indeterminado. No tuíte, o presidente americano afirmou que devido a pandemia é preciso proteger o emprego dos cidadãos americanos.
“À luz do ataque do inimigo invisível, bem como a necessidade de proteger os empregos de nossos cidadãos Americanos, vou assinar uma ordem executiva para suspender temporariamente a imigração nos Estados Unidos”, escreveu o presidente no twitter. Para o pesquisador e escritor brasileiro, Rodrigo Lins, que estuda a imigração de brasileiros para os EUA há quase cinco anos, a medida pode afetar brasileiros em processo imigratório por trabalho no país norte-americano.
“Aumentou o número de brasileiros que aplicam para obtenção do green card – documento de autorização de trabalho e moradia nos EUA – por habilidades e talentos profissionais. O tuíte do presidente Trump foi claro no sentido de proteger o emprego dos cidadãos americanos, ou seja, este cenário deve mudar no médio prazo e profissionais estrangeiros devem perder espaço e a possibilidade de atuar legalmente aqui nos Estados Unidos”, afirma Rodrigo Lins.
Para o pesquisador, o baixo nível de desemprego nos EUA antes da pandemia explicou o aumento considerável na concessão de vistos de trabalho e formação no país a professionais estrangeiros. Segundo Lins, os brasileiros engrossaram as estatísticas e passaram a imigrar aos EUA legalmente para trabalhar em suas áreas de formação.
“O processo para obtenção do Green Card por habilidades profissionais extraordinárias de um estrangeiro demora em média dois anos. Não se sabe ainda se a ordem executiva de Trump vai paralisar os processos vigentes já aplicados ou se deve servir somente para novas aplicações. Contudo, os agentes da imigração devem sim valer-se desse pressuposto para negar um número maior de casos que estão em processo de análise”, acredita Rodrigo Lins.