Bayard Boiteux, um carioca da gema, passa um fim de semana em São Paulo conhecendo os principais pontos turísticos da pauliceia. Confira em sua crônica de viagem:
São Paulo está muito perto do Rio. São menos de 50 minutos, saindo do Santos Dumont e chegando em Congonhas. Resolvo passar um fim de semana em Sampa, misturando trabalho e lazer.
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Logo chego a meu hotel, em Uber, com check’in rápido e me dirijo para a primeira atração do dia: Sampa Sky. Criada durante a pandemia, é um deque de observação, no edifício mais alto do centro, o Mirante do Vale.Tem-se a impressão de andar a uma altura de 150 metros em mirantes de vidro, inspirado no Skydeck de Chicago, realizado pelo chef André Berti. Uma inovação tecnológica, com as visões do sul e leste da cidade. Com ingressos que variam entre 50 e 100 reais, o atrativo tem atendimento razoável que poderia ser aperfeiçoado.
Vamos aproveitar que estamos no centro e passear um pouco: igreja do Mosteiro de São Bento, uma preciosidade, o viaduto Santa Efigênia, o Theatro Municipal, a São João…Somos advertidos o tempo inteiro para tomar conta do celular, bastante visado.
Bate uma fome e me dirijo para o shopping Iguatemi, paraíso do luxo, nos Jardins, a zona elitizada da cidade com suas casas e edifícios com infraestrutura. E uma outra visão plural: todas as grandes marcas estão presentes. Parece um pouco Dubai. Misturam-se lojas mais populares também. Uma parada na Confeitaria Dama para degustar uma torta de pera e um café descafeinado.
No segundo dia, um sábado, após o café da manhã no hotel, vamos caminhar no Ibirapuera, o pulmão da cidade, extremamente bem cuidado e limpo. TIro a máscara e sento na grama para respirar e sentir uma vibração de sustentabilidade. Aproveito e visito o Museu afro-brasileiro, dentro do Parque, um símbolo de luta por nossos ancestrais e países amigos. E preciso aproveitar cada minuto e logo estou na Pinacoteca. Outro local com movimento, beleza e Arte. Como ninguém é de ferro, um almoço no Flor Café Pinacoteca, com pratos deliciosos, preços compatíveis, inclusive do vinho, mas com atendimento um pouco demorado.
Na vibe dos museus, me direciono para o Masp, na Paulista. Check’in rápido, profissional e experiência diversa de um museu. Visitar as obras do acervo principal, vendo apenas as imagens, sem saber o nome do artista, que está na parte traseira de cada obra. Fenomenal!
Hora de voltar para o hotel. Já estou cansado. Os deslocamentos em uber são relativamente baratos e rápidos. Na volta, passo por uma região que me chama a atenção, a dos craqueiros. É de uma tristeza enorme ver centenas de pessoas, aglomeradas, fumando.
Sem me dar conta, já é domingo. Vou fazer umas comprinhas na Liberdade. É o berço da colonização japonesa. Hoje está agendada a visita ao Museu da Língua Portuguesa. Das cinzas, foi reerguido e permite uma visão geral de nosso idioma, as colaborações efetivas dos povos indígenas, de forma muito interativa. Com almoço na rua Avanhadava, com suas lindas tratorias italianas, vivo uma experiência única no Famiglia Mancini. Um nhoque com lascas de filé mignon, que custam 180 reais, dá muito bem para três pessoas. Serviço impecável rápido e todos os colaboradores de máscara. Ficamos quase 2 horas…
Hora de voltar para o Rio, na ponte aérea das 13 horas de Congonhas, com a Gol, cujo serviço de bordo é uma brincadeira: pacotinhos de biscoito com refrigerantes e com preço bem salgado do bilhete aéreo! Um fim de semana que deixa saudades e merece ser repetido.
Bayard do Coutto Boiteux é professor universitário, escritor e pesquisador (www.bayardboiteux.com.br)