Por Eduardo López*
Já diz o ditado: um homem prevenido vale por dois. O provérbio pode ser interpretado pela importância de estarmos preparados para qualquer situação, para prevenir contratempos. No contexto das viagens corporativas, a máxima cabe bem. Por serem atividades estratégias, de modo geral, um erro pode ser fatal — ao menos para os negócios. Os executivos que viajam com frequência, principalmente para diferentes países, geralmente contam com uma rede de apoio, tanto no local de origem como no de destino, que atua antes, durante e depois para garantir o sucesso da empreitada.
Evitar ciladas nas viagens corporativas não é complexo. Ter em mãos os principais telefones, dinheiro efetivo e cartão de crédito é o mínimo. Pode parecer básico, mas são recursos valiosos em situações inesperadas que, por mais que a gente planeje, acontecem. Minha primeira viagem internacional a negócios foi 2008, quando tinha 23 anos e o destino era a Costa Rica. Fui deportado pois minha vacina de febre amarela estava vencida. Antes da viagem, procurei um posto de saúde, mas naquele ano houve um surto da doença no Brasil e as vacinas estavam em falta. Viajei sem tomar a vacina, pois me avisaram que não era necessária para a América Central. Acontece que essa exigência havia mudado recentemente e não tínhamos essa informação.
Na Turquia, uma falha de comunicação com a pessoa que iria me receber gerou bastante transtorno, pois ela não estava lá para me receber no horário combinado.
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Na Turquia, uma falha de comunicação com a pessoa que iria me receber gerou bastante transtorno, pois ela não estava lá para me receber no horário combinado. Comprei um chip de celular para falar com nosso representante local, mas não foi possível, já que precisava de duas horas para ativar o chip. Felizmente, o vendedor da loja ofereceu seu telefone para que fizesse a ligação. Ao recorrer ao computador para pegar o número de telefone, estava sem bateria. Resumo da ópera: foram duas horas até que alguém fosse me buscar no aeroporto.
Conhecer a cultura e o contexto social e político do país para onde estamos indo também é fundamental para evitar ciladas. Em 2009, na capital de Honduras, Tegucigalpa, passei por momentos de tensão, quando o então presidente deposto, Manuel Zelaya, retornou para a Embaixada do Brasil. Foi decretado toque de recolher na cidade e eu não pude sair do hotel, que ficava perto do Palácio Presidencial, de onde acompanhei movimento intenso da população e dos militares. Em vez de ficar quatro dias no país, como planejado, fiquei uma semana.
Como eu costumo viajar mais de 15 vezes por ano pela América Latina pela Audaces, participando de feiras e visitando empresas, acabei incorporando alguns destes hábitos e consigo minimizar vários problemas que aparecem no caminho. São histórias que ilustram bem como pequenos detalhes podem colocar nossos negócios na berlinda e até mesmo nossa saúde ou bem estar. Melhor prevenir, não?
* Eduardo López é gerente comercial da Audaces para a América do Sul
Além de conhecer a cultura do país visitado e tudo o mais que a matéria comentou, poderia ser acrescentado consultar se existe uma Embaixada do Brasil, que além de poder ajudar nas dificuldades que surjam na viagem, pelo Direito Internacional integra o território brasileiro, sendo local que póssa dar hospedagem até que seja regularizada questões como vacinação, por exemplo. Fica a dica.