Não há dúvida de que os brasileiros não conseguem evitar uma reclamação de vez em quando. O fato de serem naturalmente comunicativos implica, entre outras coisas, a expressão de opiniões e descontentamentos em diversas situações.
Agora, que Curitiba, Belo Horizonte e Manaus são as cidades em que mais se reclama no Brasil, quem acaba de revelar é o novo estudo da Preply (confira os dados completos), que, recentemente, “mediu” a frequência com que as pessoas se queixam de Norte a Sul do país.
Isso porque, para compreender a relação dos residentes de diferentes municípios com as reclamações, nas últimas semanas, a plataforma de idiomas pediu que milhares de entrevistados compartilhassem o quanto protestam no dia a dia, dos grupos sociais com quem mais dividem as lamentações às situações onde é quase impossível não se tornar um verdadeiro “resmungão”.
Em uma escala de 0 a 10, desenvolvida pela especialista para mensurar a frequência das reclamações em diferentes localidades, os habitantes das cidades em questão levaram as pontuações mais expressivas do levantamento, o que os alçou ao topo do pódio do ranking de “reclamões” nacionais. Já os bons exemplos, conforme destaca a Preply, estariam nas cidades de Brasília, Porto Alegre e Campinas — os locais em que tal comportamento é menos visto se comparados a todo o território nacional.
Curitiba, BH e Manaus: as cidades com os maiores “reclamões” do Brasil
Embora, ao final do dia, seja difícil encontrar alguém que não reclame por aí, se existe algo que o estudo da Preply revela é como, seja dentro ou fora do Brasil, há populações que poderiam ser descritas como experts da arte de reclamar… fazendo de toda e qualquer ocasião uma oportunidade para lamentações com os demais.
Após analisar a frequência com que se reclama ao redor do país, atribuindo notas de reclamação a residentes de diferentes cidades de Norte a Sul, a plataforma de idiomas chegou a uma conclusão que pode surpreender as pessoas de Curitiba, Belo Horizonte e Manaus: sim, esses são os locais com o maior número de contestadores nacionais, com notas 7,8, 7,5 e 7,5, respectivamente.
Trata-se de uma realidade muito diferente, por exemplo, da encontrada nos municípios de Brasília (2,9) e Porto Alegre (3,3), responsáveis pelas menores taxas de contestação de todo o Brasil — e, por esse motivo, bons exemplos para quem deseja um pouco mais de autocontrole, paciência e otimismo enquanto se enfrenta possíveis desagrados.
Política, trânsito, trabalho: do que mais reclamam os brasileiros?
Ora, mas se o que não falta são “reclamões” no país, quais os principais motivos para a frustração dos brasileiros nos últimos anos? Para desvendar essa dúvida, a Preply decidiu questionar os entrevistados, que elencaram os tópicos que mais vêm tirando as pessoas de Norte a Sul do sério.
Provando que é impossível não se frustrar com os serviços de saúde (44,9%), esse tema foi eleito a grande causa de incômodo nacional, à frente de assuntos como custo de vida (33,9%) e limpeza (30,6%). Não só ele, aliás: assuntos como taxas de segurança e criminalidade (39,5%) também aparecem entre os maiores estresses da população.
Quem passa raiva, mas vive se sentindo mal por reclamar muitas vezes sobre o transporte público (37%) também pode respirar aliviado: embora a modalidade ajude muita gente, a falta de qualidade dos veículos se mostrou uma das razões por trás de mais reclamações no Brasil, mesmo entre os que não precisam recorrer aos ônibus no dia a dia.
Quando o problema são os outros
Verdade seja dita: embora alguns assuntos tendam a nos tirar do sério, em muitos casos, o motivo do estresse diário não são tópicos específicos, mas certas pessoas ao redor — sensação compartilhada por boa parte dos brasileiros.
Não por acaso, quando perguntados pela Preply, mais de 75% dos entrevistados disseram ter o costume de reclamar sobre um grupo bastante específico, mas alvo constante de frustrações: os políticos. E sobrou até mesmo para os parceiros românticos, eleitos por 61,9% dos brasileiros o motivo de muitas reclamações no dia a dia.
No entanto, se esse é um hábito recorrente por aí, saiba que, na opinião de algumas pessoas, se opor demais às coisas pode ser o suficiente para romper relações. Mesmo reconhecendo não resistirem a uma reclamaçãozinha, por exemplo, boa parte dos entrevistados admitiram que já cortaram amizades com pessoas que só querem saber de manifestar a própria indignação.
Acesse a pesquisa na íntegra aqui.
Metodologia
Partindo do interesse em observar como reclamam os brasileiros, recentemente, a Preply entrevistou 1,7 mil pessoas de todas as partes do país, que compartilharam com a plataforma detalhes de suas experiências individuais. Por meio de dez diferentes perguntas, os respondentes puderam revelar a frequência com que reclamam, onde tendem a se lamuriar mais e os assuntos mais estressantes, o que possibilitou a criação de rankings comparativos entre tal hábito nas diferentes regiões brasileiras.
Para desenvolver uma escala de pontuação comum a todas as localidades, vale dizer, foram atribuídos pontos com base na frequência e no número de tópicos sobre os quais as pessoas tendem a reclamar, bem como uma média dos pontos para encontrar a pontuação final de cada local. Os dados seguem a escala de 0 a 100, onde 100 representa o maior número de reclamações.