José Sales, secretário do Espírito Santo: “temos uma pauta positiva com a Samarco”

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Redação do DIÁRIO

O governo do Espírito Santo anunciou nesta segunda-feira (7) que retomou os sobrevoos sobre a região de Regência, área em que se localiza a foz do Rio Doce, completamente impactado pela lama proveniente do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG). Passados 30 dias do desastre, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) informa que no Espírito Santo a extensão dos rejeitos estão a 57 km em direção ao Norte. Já ao Sul, a lama avançou 17,5 km. E mar adentro, 18 km. A área total de propagação dos rejeitos é de 230 km2.

O próprio secretário de Turismo do Estado do Espírito Santo, José Sales, informa que o pior já passou. Segundo ele, o “lado positivo é que a lama está concentrada somente em uma região, a de Linhares, e não no mar e está cada vez mais liquefeita e indo para o fundo do oceano”, disse em entrevista ao DIÁRIO. Segundo o secretário, que é formado em Direito e Engenharia de Pesca pela Universidade Federal do Ceará, as notícias veiculadas “quase condenaram” todo o Espírito Santo. “Quero frisar que o estado tem mais de 400 quilômetros de praia e que o problema está restrito à uma área de 40 quilômetros”, afirmou nesta entrevista concedia ao editor do DT, jornalista Paulo Atzingen, acompanhe:

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DIÁRIO: Há 30 dias após o maior desastre ambiental do Brasil e parece que ainda esta mal dimensionado os efeitos nefastos desse acidente em Mariana. Você poderia nos dizer quais efeitos esperar no Espírito Santo e quais regiões afetadas?

JOSÉ SALES –  Esse desastre impactou três municípios capixabas: Baixo Guandu, Colatina e Linhares. Hoje de manhã mesmo tivemos uma reunião no Palácio Anchieta com o governador Paulo Hartung e ele nos deu uma geral sobre o assunto. Assim que (a barragem) explodiu em Mariana já estávamos em alerta no dia seguinte. Assim que começou o desastre a lama era bem densa, mas ela foi descendo, foi diluindo e hoje é mais uma água suja. Eu fui em Regência quando chegou a lama, falar com o pessoal da hotelaria. Regência por ser um point de surf, teve bastante ajuda por parte da comunidade de surfistas do Havaí e da Austrália. O lado positivo é que a lama está concentrada somente em uma região, a de Linhares, e não no mar e cada vez mais liquefeita e indo para o fundo do mar. O governo do estado fez um acordo com a marinha para trazer um navio de pesquisa e analisar a qualidade da água e os possíveis impactos.

DIÁRIO –  Qual a situação do turismo na região, os hoteleiros, o pessoal das pousadas, o receptivo?

JOSÉ SALES –  Especificamente em Regência o turismo foi afetado. Tivemos 80% de cancelamento de reservas, mas somente lá, o restante do Espírito Santo está bom, a grande Vitoria, por exemplo, está lotada para o Réveillon, e esperamos um excelente verão. O que aconteceu num primeiro momento foi um alarmismo, gente preocupada até com as areias da praia de Ipanema, por que a lama ia chegar lá….puro alarmismo, não tem nada disso. A lama está restrita àquela região. Existem 32 pequenas pousadas naquela região e eles, como nós, lamentamos o ocorrido, mas já estão planejando para o futuro, divulgando a região neste momento. Todos estão se preparando para um verão quente e movimentado no turismo. Quero frisar que o estado tem mais de 400 quilômetros de praia e que o problema está restrito à uma área de 40 quilômetros.

A prefeitura de Linhares (ES) interditou as praias de Regência e Povoação após a chegada ao mar da lama (Foto: Secom - ES)
A prefeitura de Linhares (ES) interditou as praias de Regência e Povoação após a chegada ao mar da lama (Foto: Secom – ES)

DIÁRIO: As comunidades do Espírito Santo e o governo têm se mobilizado para dar algum tipo de socorro às vítimas e aos desabrigados?

JOSÉ SALES – Em Regência não, mas em Colatina e Baixo Guandu que é interior está sendo mais monitorado, tem todo um trabalho da Defesa Civil e monitoramos todo dia para acompanharmos a situação. Foi desviada água de um lago da região para ajudar com água potável. O Ministério Público obrigou a Samarco a distribuir água mineral para a população.

DIÁRIO – Hoje foi anunciado que a Samarco descumpriu o prazo determinado pela justiça para entregar até a última sexta-feira (4) um plano de emergência para o caso de rompimento das barragens de Germano e Santarém, em Mariana (MG). O senhor tem ciência deste assunto?

JOSÉ SALES –  A Samarco em um primeiro momento teve dificuldade, mas agora estão conseguindo fazer o necessário; eles se comprometeram em divulgar, principalmente Guarapari, Anchieta aquela região, que herdou um mal estar pois disseram que a lama ia chegar lá. A pauta é positiva com a Samarco.   Esta empresa mineradora contratou pescadores da região, que viviam da pesca e perderam sua subsistência e está pagando 150 reais por dia para cada pescador e 300 para quem tem barco, para ajudá-los e ao mesmo tempo eles ajudarem no monitoramento e assistência na região, já que eles não podem pescar.

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3 COMENTÁRIOS

  1. Sr. Secretário, imagino ser o senhor uma pessoa que ja viajou para outros Paises, principalmente na Europa, e deve ter observado o quanto é importante o turismo, diria até que em certos Paises, é o maior responsavel pelo PIB. Aqui no Brasil, e especialmente no Espírito Santo, temos um clima e diversidade muita grande, bem como antigas colonias que ainda preservam seus costumes, como tambem aldeias indigenas, e com certeza tudo isto seria de grande interesse aos nossos visitantes. O Sr secretário em sua gestão, tem algum plano para divulgar e trazer o turismo pra cá? Prepara nosso povo, os comerciantes principalmente, que o turista não é pra ser explorado e sim acolhido pra que volte sempre?!

  2. A minha dúvida é a seguinte: Esses pescadores foram cadastrados, baseado em que? A minha preocupação é que não aconteça o que aconteceu na história do defeso meses atrás, quando descobriu-se que muitos “ditos” pescadores recebiam o benefício. Portanto, é justíssimo que os verdadeiros pescadores da região afetada tenham este recurso para o seu sustento e de sua família enquanto perdurar a triste situação que afeta estes bravos homens das águas.

  3. O programa Rede Vida Visita, fez uma boa divulgação de Vitória e Vila Velha, na data de ontem: 13/12/15. Só faltou o Secretário se lembrar que o Oceano Não tem divisas: as águas “se misturam” isto é, a contaminação se propaga sim, tanto que foi buscado uma alternativa para haver água potável, na região. Faço votos que o ES supere tal problema, assim como Goiânia conseguiu o “grau de superação” com o Césio, tendo o turismo restabelecido, especialmente em julho, quando ocorre a Novena do Divino Pai Eterno, em Trindade/GO.

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