Tecnologias evitam viagem aérea virar pesadelo

Continua depois da publicidade

por Fábio Steinberg*

Pouca gente ouviu falar na SITA. Como a Intel faz pela computação, esta empresa tem presença vital, embora invisível, para o público, com suas tecnologias de conexão e segurança em todas etapas da aviação.

Quiosques de autoatendimento que usamos nos aeroportos, despacho e acompanhamento de bagagens até o destino, comunicação dentro das aeronaves e com terra, são alguns de seus produtos conhecidos.

O passageiro não vê o que está por trás dos processos. Mas é graças a eles que, por exemplo, hoje é possível escapar das filas longas e demoradas de antes nos aeroportos na hora do check-in, substituídas por totens de autoatendimento. Ou a possibilidade do passageiro etiquetar e despachar suas próprias malas, além de acompanhar o percurso até a entrega na esteira do aeroporto do destino. E isto com menores índices de extravio.

Veja também as mais lidas do DT

Fundada em Paris como cooperativa em 1949 por 11 companhias aéreas, o nome da empresa nasceu da sigla “Sociedade Internacional de Telecomunicações Aeronáuticas”. Com sede em Genebra, opera em 200 países. Os clientes são não só as companhias aéreas, mas também aeroportos, serviços de apoio, e governos. O escopo de atuação é ambicioso: infraestrutura e comunicações, terminais aéreos, governos, conectividade ar e terra, gerenciamento de cargas, tarifas e receitas da aviação.

Para uma bagagem chegar ao destino sem se extraviar, só há dois caminhos: tecnologia ou milagre

Praticamente todas as companhias aéreas do mundo usam  tecnologias da SITA, em constante evolução. Mas como a empresa faz para manter-se atualizada em relação aos desafios sucessivos da aviação? Afinal, por ter se tornado transporte de massa, a atividade que no passado era para poucos depende agora da tecnologia para atender volumes gigantescos e crescentes de passageiros e aeronaves.

Estudos da SITA demonstram que o uso de tecnologias nas várias etapas da viagem traz maior satisfação ao usuário

Isto ocorre em duas frentes.

Nos bastidores dos aeroportos, longe dos olhos dos passageiro, acontece o milagre da tecnologia

A primeira é através de pesquisas periódicas que monitoram tendências de aeroportos e companhias aéreas. E, em especial o passageiro, no que que se refere ao seu comportamento e satisfação. Pesquisa de 2017 para avaliar o grau de adoção de novas tecnologias na aviação indicou que 87% dos viajantes já reservam seus voos diretamente na internet. Revelou também que 54% dos entrevistados faz check-in por conta própria. Por outro lado, indicou que não mais que 18% ainda dependem do agente no aeroporto para check-in das malas.

A segunda frente da empresa é seu laboratório. Criado em 2008, desenvolve novos produtos e ideias, buscando combinar inovação e tecnologias de ponta. Nesta incubadora e aplicações de campo nascem e são testados projetos podem um dia virar padrão de mercado. Como o embarque nos voos da Virgin Atlantic com o uso do Google Glass para reconhecimento facial. Ou o smart watch que permite maior agilidade de informações aos agentes do aeroporto de Quebec, Canadá.

Há, entre outros, uma extensa rede de beacons instalados pelo aeroporto de Miami,

cartões de embarque com tecnologia NFC (permite o uso do dispositivo mesmo sem bateria) pela Air France e KLM. Ou aplicações com o uso de realidade aumentada, drones para identificar objetos estranhos ou aves perto de aeroportos. E também robôs para movimentação de carga e estacionamento. Ou materializados em quiosques de autosserviço que se locomovem a diferentes áreas conforme surgem demandas.

Este é um caminho sem volta. Estudos da SITA demonstram que o uso de tecnologias nas várias etapas da viagem traz maior satisfação ao usuário. No entanto, os novos modelos não vão funcionar por mágica. Além de investimentos, exigem maior integração entre companhias aéreas e aeroportos.

E o mais importante; pressupõe maior transparência ao consumidor. Isto significa compartilhar com o passageiro até eventuais falhas técnicas, sejam graves ou não. Não há mais lugar para “caixas pretas” operacionais, que ainda persistem ou por tabu, ou, quem sabe, para esconder eventuais incompetências.

*Fábio Steinberg é jornalista e fundador do Portal Viagens e Negócios – Turismo sem Censura

Publicidade

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Recentes

Publicidade

Mais do DT

Publicidade