REDAÇÃO DO DIÁRIO
A TAP realizou no último dia 15 de fevereiro seu primeiro voo com dispositivos sharklet em uma de suas aeronaves. Segundo a empresa aérea, essa intervenção na ponta das asas do avião melhora a aerodinâmica do equipamento significativamente, aumentando a sua eficiência com a redução de emissões de CO2 e do consumo de combustível em cerca de 4%,
A TAP é a primeira companhia aérea na Europa a efetuar a modificação em aviões de médio curso. A ação foi efetuada na rota Lisboa/Zurique/Lisboa em um avião A320. O DIÁRIO conversou com o diretor geral da TAP para a América do Sul, Mário Carvalho, para saber mais detalhes. Acompanhe:
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DIÁRIO – Essas adequações na estrutura da aeronave são acompanhadas e autorizadas pela fabricante, Airbus?
MÁRIO CARVALHO – O Sharklets Retrofit foi desenvolvido pelo fabricante (Airbus) e disponibilizado às companhias de aviação. A TAP foi pioneira na Europa na introdução destes dispositivos na sua frota, tendo efetuado a modificação do primeiro avião nas suas Oficinas de Manutenção em Lisboa com o acompanhamento da Airbus.
DIÁRIO – Existem planos para a instalação dos dispositivos em outras aeronaves e em aviões maiores?
MÁRIO CARVALHO – O fabricante (Airbus) não tem de momento disponível uma modificação semelhante para os aviões da frota de longo curso (A330 e A340).
DIÁRIO – Por sua complexidade, quanto tempo levou do início dos estudos até os testes positivos e quantas pessoas (técnicos) foram envolvidos?
MÁRIO CARVALHO – A viabilidade técnica da modificação foi validada através de testes efetuados pelo fabricante (Airbus). Posteriormente, a modificação foi colocada à disposição dos operadores que, por sua vez, efetuaram um estudo de viabilidade econômica tendo em conta diversos fatores como o combustível e a extensão da vida operacional da aeronave. De forma a conseguir completar a modificação foi necessário um conjunto de técnicos de diversas especialidades com especial enfoque nos técnicos de estruturas.
DIÁRIO – A TAP tem interesse em desenvolver estudos com biocombustível? Se sim, quais? Se não, por quê?
MÁRIO CARVALHO – Não. A TAP nunca desenvolveu estudos nessa matéria porque Portugal não tem produção suficiente de biocombustíveis.