por Eduardo Mielke*
A categorizarão dos municípios turísticos evidencia aquilo que há muito tempo coloco: o turismo está no município, e não na região. Não por surpresa, os grupos A e B, que totalizam 218 municípios, respondem por 68% do fluxo doméstico brasileiro e 97% do internacional (MTUR, 2016). A questão que me preocupa é que, apesar de significativo, correspondem juntos a menos de 5% do total dos municípios brasileiros, que são 5.570 (IBGE,2016).
E veja, a categoria C com 504 municípios (15% do total), representa um grupo pulverizado ao longo do território nacional. O que significa na prática, muito esforço para pouco resultado representativo. Apesar do MTUR afirmar em cartilha, que o apoio entre todas as categorias será equilibrado, é sabido que na prática, isto não será bem assim. As decisões tomadas pelo MTUR, ainda que sejam extremamente maduras e muito oportunas, podem ser um tiro-no-pé àqueles que defendem a gestão do turismo feita pela União, através de um Ministério. Em síntese: Em tempos de crise, como justificar um Ministério para 5% dos municípios brasileiros?
As decisões tomadas pelo MTUR, ainda que sejam extremamente maduras e muito oportunas, podem ser um tiro-no-pé àqueles que defendem a gestão do turismo feita pela União, através de um Ministério. Em síntese: Em tempos de crise, como justificar um Ministério para 5% dos municípios brasileiros?
E para “ajudar” há dois aspectos que não contribuem. O primeiro é que muitos dos países Top 10 do ranking da OMT não possuem pasta específica, como nós. E em segundo, a grande maioria das demandas dos municípios (sendo elas provenientes do próprio setor público, mas também do privado) giram em torno de ações promocionais. E para este trabalho específico, já existe a Embratur….
Ainda que o Ministro Interino Alberto Alves seja um pessoa de extremo preparo e que conta com uma equipe técnica experiente, o seu desafio é construir Políticas Públicas de âmbito Nacional mais consistentes, que possam justificar a necessidade de uma pasta no mapa ministerial.
Está mais do que na hora de olhar o turismo como um instrumento político de desenvolvimento econômico, fazendo com que os serviços turísticos possam ser utilizados para impulsionar as atividades econômicas do município, que resultem na geração de negócios, emprego e renda locais. É o turismo na economia, agregando valor ao perfil e identidade de cada lugar. MICE é para isso. O reconhecimento da sociedade da importância do turismo, depende desta consciência. Pense nisso.
Como fazer isso? Dúvidas, esclarecimentos? Me pergunte.
Eduardo Mielke