A Inteligência Artificial já é uma realidade em diversos setores da atividade turística. Seja em companhias aéreas, rede de hotéis, operadoras, e agências de turismo.
por Paulo Atzingen, de Curitiba*
A companhia aérea holandesa, KLM, por exemplo, anunciou na semana passada que está desperdiçando menos alimentos a bordo das aeronaves graças à inteligência artificial. A Azul decidiu utilizar um serviço que, por meio da inteligência artificial e de câmeras, monitora objetos e funcionários ao redor de suas aeronaves quando elas estão estacionadas na área de embarque no aeroporto de Viracopos e indica possíveis falhas.
Já o Grupo Iberostar implementou no ano passado a inteligência artificial Winnow em seus mais de 100 hotéis para diminuir também o desperdício de alimentos e deixar de emitir quase 8 mil toneladas de CO2 por ano.
Entre as operadoras, a Schultz vem evoluindo bastante no uso de recursos de inteligência artificial em várias frentes do negócio, agora com o lançamento da Wikitravel.ai. A TZ Systems, braço tecnológico da operadora tem direcionado esforços para melhorar a experiência dos clientes e parceiros com produtos e serviços personalizados e mais intuitivos. Além de tornar mais eficientes os processos internos. A empresa vê essas ferramentas como grandes aliadas dos viajantes. Durante a Expo Turismo Paraná, o DIÁRIO entrevistou o presidente da Schultz, Aroldo Schultz para saber mais desse produto, confira:
DIÁRIO: Quais as perspectivas e o alcance deste produto tecnológico?
Aroldo Schultz: As perspectivas são as melhores possíveis e o alcance é global. Pois, conseguimos de uma forma muito simples, transformar uma cidade sem condições de promoção no mundo, sem ter estrutura de ser vista, a se comparar com grandes cidades internacionais, como Paris, Lisboa ou Roma. Aquelas cidades globais têm uma estrutura e uma verba muito maior. A nossa tecnologia permite utilizar a Inteligência Artificial a nosso favor e a favor de municípios pequenos. Nós criamos um domínio global o wikitravel.ai e nesse domínio colocamos as principais cidades do mundo, entre elas as cidades brasileiras que possuam atrativos turísticos.
DIÁRIO: Todas?
Aroldo Schultz: Se alguma cidade não estiver presente é só fazer a solicitação que adicionamos, sem custo inicial. E nesta cidade nós criamos perguntas inteligentes começando pela história da cidade ou um roteiro de três dias pela cidade ou os pontos turísticos dessa cidade. Tudo isso é criado pela Inteligência Artificial.
DIÁRIO: Embora seja Inteligência Artificial, você e sua equipe trabalharam nesse projeto por quanto tempo?
Aroldo Schultz: A TZ Systems, que é a nossa empresa de tecnologia, trabalha há dois anos nesse sistema.
DIÁRIO: Você está buscando Secretarias de Turismo para parcerias, é isso?
Aroldo Schultz: Justamente, ela (a plataforma) foi feita com este foco. Só pra exemplificar, a Inteligência Artificial traz todas as informações, mas ela também tem suas limitações e comete erros, como qualquer humano e essas informações muitas vezes, você não consegue mudar na IA. Com nossa plataforma, a WikiTravel, a Secretaria de Turismo ganha um acesso ao BackWiki, login e senha e lá ela pode ter acesso a todas essas informações publicadas da cidade dela, mas mais do que isso, pode atualizar e corrigir todas essas informações.

DIÁRIO: Ela terá acesso às informações?
Aroldo Schultz: Sim, ela tem acesso e ela muda as informações. Pela primeira vez nós temos uma mentoria em cima da IA. Eu creio que com o passar do tempo você vai confiar mais na informação do WikiTravel do que em uma informação do Google, porque o Google não tem mentoria, mas o próprio Google e a IA vão aprender com o WikiTravel porque ele sabe que agora as secretarias estão de olho.
DIÁRIO: O programa funciona de forma gratuita por seis meses?
Aroldo Schultz: Sim, nós fizemos isso para as Secretarias de Turismo ou países que tenham interesse. Aqui, no Paraná, já conseguimos a parceria e o Estado acreditou firme e forte; o estado de Alagoas também acreditou e as coisas estão acontecendo. Paraná de forma forte e real e Alagoas de uma forma incipiente somente com duas cidades. Mas eu creio que eles vão verificar o potencial que se tem.
DIÁRIO: Qualquer trabalho, qualquer estudo em tecnologia demanda investimento com capital. Você pode revelar qual o valor investido para alavancar este projeto?
Aroldo Schultz: O investimento é bem forte. Para se ter uma ideia, a hora de um programador hoje deve estar custando na faixa de 200 reais a 220 reais. Imagine que nós temos muitas e muitas horas de programação.
Mas eu prefiro não falar o quanto nós investimos, mas basta verificar o que nós já fizemos, quais os diferenciais. Ontem entraram os idiomas e hoje o mapa, porque não adianta você falar que mora em Curitiba, se o mundo não sabe onde fica Curitiba. Por isso, agora tem um mapa que te informa tudo, utilizando as tecnologias já existentes, não estamos inventando a roda. A IA já está no mercado, o Google está no mercado, as informações estão na internet, a Secretaria de Turismo tem fotos e informações. O problema é que está sempre dentro de uma grande bagunça, nós organizamos a casa.
DIÁRIO: Quando será lançado o novo produto da Schultz?
Aroldo Schultz: Nós temos uma versão Beta e ela será lançado no dia 17 de março na convenção da Schultz no Vila Galé em Alagoas.
DIÁRIO: Quais são as perspectivas de alcance de sua plataforma?
Aroldo Schultz: O mundo inteiro.
Conheça a plataforma wikitravel.ai clicando AQUI
*O jornalista viajou a Curitiba a convite da Associação Brasileira de Agencias de Viagens do Paraná – ABAV-PR