A 47ª edição da ABAV TravelSP, que terminou nesta sexta-feira (10), no Royal Palm Hall, em Campinas, se consolidou como um marco no calendário do turismo nacional. Com crescimento expressivo e foco em inovação, o evento reuniu profissionais de todo o Brasil e de diversos países, promovendo negócios, networking e debates sobre sustentabilidade no setor. Todos esses itens foram confirmados no fechamento do evento, durante uma coletiva de imprensa.
por Paulo Atzingen, de Campinas*
Crescimento e alcance internacional
“A quantidade de visitantes, inclusive de outros estados e países, foi bastante expressiva. Todo o trabalho que a gente pretendia realizar nessa feira, conseguimos cumprir”, destacou Bruno Waltrick, presidente da ABAV-SP | Aviesp. Ele adiantou que o evento registrou 6.281 visitantes ao longo dos dois dias, representando um crescimento de 7,6% em relação ao ano anterior. Além disso, houve um aumento de 40% na metragem da feira, totalizando 5.000 m², e a presença de 272 marcas em 116 estandes.
A capilaridade da feira também impressionou: “Recebemos visitantes de todos os estados do Brasil, incluindo o Distrito Federal, e de 15 países diferentes, das regiões da Ásia, África, Europa e das três Américas”, afirmou Waltrick. Em termos de origem dos visitantes por cidade, segundo Bruno, 28% vieram da cidade de São Paulo, 16% de Campinas e os demais de outras 409 cidades.
Flexibilidade e Planejamento Estratégico
O jornalista Ariel Figueiroa, da Coluna de Turismo de Ilhéus, questinou sobre a projeção de crescimento para os próximos anos e a Juliana Assunção, diretora da ABAV-SP | Aviesp, explicou:
“A gente mudou a data com base nos roadshows em que participamos nos últimos meses. Temos uma colaboradora focada em visitar cidades do interior, e passamos por oito delas. Quando estivemos nessas cidades, os associados com quem conversamos nos pediram para alterar um pouco a data. Então, trazemos o evento para os dias 11 e 12 de março. Vamos sentir como será, e seguimos com a flexibilidade que sempre tivemos — o hotel também nos permite essa adaptação.”
A diretora ainda acrescentou que a construção do evento é para os agentes de viagens, expositores e imprensa. “Nosso evento sempre foi muito humanizado. Não é à toa que todos vocês fazem parte dessa história. A gente vai construindo juntos, aprendendo juntos. Por isso, ainda não conseguimos fazer projeções exatas”, afirmou frisando que já “estamos mudando bastante a história”. Segundo Juliana, existem mercados e fornecedores que serão abordados no próximo ano. “Por exemplo, este ano tivemos, pela primeira vez, uma área dedicada aos Estados Unidos. Há outras novidades que queremos trazer e que já estão em nosso plano estratégico, mas ainda não temos números definidos para essa projeção de crescimento,” ponderou.
Compromisso com a Sustentabilidade
Em resposta ao DIÁRIO DO TURISMO, sobre ações relacionadas ao ESG – Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança), Juliana Assunção afirmou:
“Tem sim. Temos duas ações voltadas para o ESG com dois parceiros. A primeira é com a R1: todos os tecidos utilizados nos estandes são reutilizados e doados para a Primavera, uma ONG aqui de Campinas que ajuda crianças e adolescentes. A segunda ação é com apoio de um associado nosso, o Grupo Tour House, para conseguirmos o selo de neutralização de carbono. Essas são as duas principais ações que estamos realizando,” enumerou.
“No verso do crachá de todos vocês, colocamos informações sobre ESG, falando sobre descarte de materiais, crachás e a nossa responsabilidade com a sustentabilidade. A gente vem plantando essa sementinha — é um processo,” arrematou a diretora.
Iniciativas Sustentáveis
Antonio Dias, presidente do grupo Royal Palm Plaza, também destacou as iniciativas sustentáveis: “Quero aproveitar para destacar o trabalho da R1. Em quase toda feira, muito poucos estandes adotam essa prática. Em eventos tradicionais, com estruturas de madeira, marcenaria e lona, tudo isso acaba sendo descartado no lixo. Se vocês andarem pela feira com calma, vão ver que todos os painéis são de tecido. É uma mudança significativa. Esse projeto da R1 é muito sustentável. Reduzimos bastante o lixo produzido. Em feiras tradicionais, há muito material desperdiçado — lona, madeira, impressão — e aqui não temos nada disso. Depois, esses tecidos ainda são utilizados como enchimento para as bonequinhas do Projeto Primavera”, afirmou Dias.
Ele lembrou que o Projeto Primavera é realizado em Campinas e é voltado principalmente para mulheres em situação de violência. “Elas confeccionam essas bonequinhas com muito carinho, e o forro delas é feito com os tecidos reutilizados dos eventos. É um projeto lindo do ponto de vista ESG, com responsabilidade social. Essa sempre foi uma preocupação nossa — e, de verdade, é um projeto muito bonito. Uma empresa com propósito de verdade, ” completou.
*O jornalista viajou a Campinas convidado pela ABAV SP.
