quarta-feira, abril 23, 2025
InícioBlog do DiárioFrancisco, o Papa que revolucionou a Igreja Católica

Francisco, o Papa que revolucionou a Igreja Católica

Francisco foi o Papa da emoção, do sorriso, da preocupação com cada ser desamparado, fazendo dos imigrantes uma grande bandeira de luta.

Por Bayard Do Coutto Boiteux (com Edição do DIÁRIO)

O mundo perdeu um dos Papas mais emblemáticos da recente história da Igreja Católica.

O argentino Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco mostrou uma forma efetiva de modernizar a administração do Vaticano. Retirou aquele ranço de carreirismo existente e resolveu implementar uma gestão com mais controle, inclusive com mulheres secretarias de Estado. Fez uma verdadeiro auditoria no Banco do Vaticano e buscou soluções para o fundo de Pensão, até hoje com déficit.

Papa Francisco foi um Pastor de fato, voltado para os mais necessitados e vulneráveis (colagem Bayard Boiteux)

Era um Pastor de fato, voltado para os mais necessitados e vulneráveis. A simplicidade e humildade em que vivia, num pequeno apartamento, onde tive a ocasião de visitá-lo mostrava os novos rumos da Igreja. Era a voz de um homem que estava ao lado dos mais fracos, com coragem, mas sobretudo capacidade de fazer pequenas revoluções. Uma delas aceitar no âmbito da religião a população LGBTI+, o que lhe causou alguns ruídos sobretudo com o clero africano.

Ele fez tudo que estava ao seu alcance, não conseguindo, no entanto, abrir os espaços desejados para  as mulheres, sobretudo para que pudessem rezar a missa. E que na Amazônia, onde faltam religiosos, homens casados fossem padres.

 

No entanto, tais feitos foram suplantados por tantas ações, que não consigo enumerar aqui. Não posso deixar de citar seus depoimentos em prol da Paz, suas tratativas para acabar com as guerras e a defesa constante dos povos agredidos. Diariamente falava com o pároco de Gaza e buscava saber a situação e conclamava Israel a não matar civis e deixar entrar os caminhões com ajuda humanitária. Foi um grande guerreiro por um mundo sem grades, com liberdade, além de buscar a comunhão com outras religiões, intregrando-as efetivamente.

Foi o Papa da emoção, do sorriso, da preocupação com cada ser desamparado, fazendo dos imigrantes uma grande bandeira de luta. Uma Estátua  “anjos inconscientes” idealizada  pelo artista canadense Timothy P.Schmalz foi instalada na Praça de São Pedro, em 2019, que representa imigrantes e refugiados num barco. Um exemplo mais que efetivo de sua maneira de ver o mundo.

Os abusos sexuais cometidos por padres foram tratados com muito rigor e cada vez mais são tidos como uma anomalia, que precisa ser banida, sempre denunciada e investigada.

Sábado teremos o enterro do Papa que optou por uma simples Igreja em Roma. Virão chefes de Estado do mundo inteiro, inclusive alguns que desprezaram o trabalho social de Francisco. Os cardeais também estarão presentes, sobretudo os 135 que vão escolher o novo Papa. Embor 80% dos mesmos tenham sido indicados pelo Papa Francisco, teme-se sempre um retrocesso nos avanços, por força dos que não querem mudanças ou temem as mesmas. A gestão que se findou ontem escolheu cardeais nos locais mais longínquos para mostrar as pontes necessárias, para a sobrevivência do Catolicismo.

A tristeza enche meu coração, mas uma alegria me faz acreditar na Humanidade e nos que não fazem da religião uma forma de ganhar dinheiro ou prestígio social, mas que, como Francisco, como fez Cristo e verdadeiros católicos, optam por lutar pelos mais pobres. Francisco Presente!.

Bayard Do Coutto Boiteux é professor universitário,escritor,pesquisador .

(www.bayardboiteux.com.br)

 

Compartilhe essa matéria com quem você gosta!

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Enriqueça o Diário com o seu comentário!

Participe e leia opiniões de outros leitores.
Ao final de cada matéria, em comentários.

Matérias em destaque