Durante grandes eventos, como o carnaval ou shows internacionais, é comum haver confusão na hora de interpretar os dados econômicos divulgados. Termos como Produto Interno Bruto (PIB), faturamento e movimentação financeira muitas vezes são usados de forma equivocada. Para melhorar a compreensão desses indicadores, o Conselho de Turismo da FecomercioSP realizou uma apresentação especial na reunião que aconteceu em abril.
Segundo Guilherme Dietze, presidente do conselho, a supervalorização de números e o uso impreciso dos termos podem prejudicar análises econômicas e decisões de investimento. “É fundamental distinguir corretamente o que representa faturamento, movimentação ou impacto econômico. Um erro conceitual compromete a leitura dos resultados e a tomada de decisão, tanto para o setor público quanto para o privado”, destacou.
Na apresentação, foram citados exemplos recentes, como o carnaval de São Paulo e o show da cantora Lady Gaga. Segundo Dietze, a divulgação dos impactos econômicos desses eventos costuma misturar métricas diferentes, o que leva a interpretações incorretas.
Faturamento, PIB e movimentação
A exposição destacou que faturamento e receita bruta são sinônimos na contabilidade, representando o valor total obtido antes de descontos de impostos e despesas. Já o PIB, calculado sob a ótica da produção, considera apenas o valor adicionado ao longo da cadeia produtiva, sem duplicações, o que o torna diferente e não comparável diretamente com o faturamento.
Dietze explicou ainda que a movimentação financeira atribuída a eventos engloba a economia tanto formal como informal, incluindo gastos com hospedagem, alimentação, transporte e consumo local. No entanto, alertou que a movimentação não deve ser confundida com faturamento registrado formalmente pelas empresas.
Gasto adicional e impacto econômico
Outro ponto de atenção ressaltado pelo conselho foi o conceito de gasto adicional. Para medir o real benefício econômico de um evento financiado com recursos públicos, é importante considerar se os recursos vêm de visitantes externos, gerando efetivamente nova riqueza para a cidade, ou se apenas realocam o consumo dos próprios moradores.
“O impacto econômico de um evento vai além da simples movimentação. Precisamos avaliar se houve geração líquida de riqueza para o local, e isso só ocorre quando há gasto adicional de visitantes que não consumiriam ali de outra forma”, afirmou Dietze.
Análises mais assertivas
A FecomercioSP reforçou que o objetivo não é questionar os dados apresentados em eventos, mas incentivar o uso correto dos conceitos para análises mais precisas e decisões de investimentos mais embasadas. “Compreender corretamente esses indicadores é essencial para o planejamento público e para a estratégia dos empresários”, concluiu Dietze.
Saiba mais no site oficial da FecomercioSP.
Fonte: FecomercioSP