Fhoresp lança campanha para que bares, padarias e restaurantes deixem o iFood e adotem concorrentes como Rappi e 99Food, que oferecem isenção de taxas.
REDAÇÃO DO DIÁRIO com informações da Fhoresp
Com o retorno da 99Food ao mercado e a ofensiva da Rappi oferecendo isenção de tarifas por até três anos, o domínio quase absoluto do iFood no setor de entregas começa a ser desafiado. A movimentação já ganhou o apoio da Fhoresp (Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo), que iniciou uma campanha formal para incentivar seus mais de 500 mil associados a migrarem para as plataformas concorrentes.
Quebra de monopólio e alívio para o setor
O principal argumento da Fhoresp é que a hegemonia do iFood, com cerca de 90% do mercado, impôs uma relação predatória com os estabelecimentos. Segundo o diretor-executivo da entidade, Edson Pinto, os empresários vêm sendo sufocados por taxas que chegam a 32%, obrigando-os a inflacionar os cardápios para compensar as perdas.
“As taxas excessivas fazem com que os restaurantes trabalhem praticamente para o iFood. O monopólio não trouxe ganhos para o setor, pelo contrário, criou um modelo insustentável”, afirma Pinto.
Falta de critérios e riscos à saúde pública
Outro ponto crítico apontado pela federação é a ausência de exigência por parte do iFood de documentação básica, como alvarás e certificações da Vigilância Sanitária. A Fhoresp chegou a solicitar que tais documentos fossem exigência mínima para o credenciamento de estabelecimentos na plataforma, mas a proposta foi rejeitada.
“Isso é um risco à saúde pública. Sem controle, o consumidor não sabe a procedência dos alimentos nem como são armazenados e manipulados”, alerta Pinto.

Novas oportunidades com Rappi e 99Food
A entrada agressiva da Rappi e o retorno da 99Food com condições mais favoráveis, como isenção de taxas por dois a três anos, criam um novo ambiente competitivo. Para a Fhoresp, essa é a chance de restabelecer o equilíbrio no setor.
“Agora temos opções. O empresário pode escolher uma plataforma que permita lucro real, sem ficar refém de um único intermediador”, avalia o executivo da federação.

Apoio aos entregadores
A Fhoresp também se posicionou ao lado dos entregadores, apoiando a paralisação nacional da categoria ocorrida em 31 de março. Os motoboys reivindicam melhores condições de trabalho e aumento na remuneração das entregas.
“Sem quem faz a comida e sem quem entrega, não existe delivery. É hora de repensar esse modelo com respeito a todos os elos da cadeia”, conclui Pinto.