Em pleno estande “Conheça o Brasil”, na COP30, em Belém, os Ministérios do Turismo e do Meio Ambiente e Mudança do Clima oficializaram, nesta sexta-feira (14), a Trilha Amazônia Atlântica, novo produto estratégico do ecoturismo brasileiro. A rota tem 468 quilômetros e percorre áreas de floresta, campos naturais e a maior faixa contínua de manguezais do planeta.
REDAÇÃO DO DIÁRIO – com informações do MTur
A trilha atravessa 17 municípios e 13 áreas protegidas, conectando paisagens, comunidades tradicionais e patrimônios históricos. O percurso pode ser feito a pé, de bicicleta ou a cavalo, sempre por caminhos contínuos que revelam a diversidade do Pará.
A ministra do Turismo em exercício, Ana Carla Lopes, destacou o caráter comunitário da iniciativa. “Ela nasce da vocação do território e da vontade das pessoas que vivem nele. Estamos concretizando um sonho que começou há cinco anos, movido por quem acredita que trilha não desmata, ela conserva”, afirmou.
Segundo ela, o lançamento durante a COP30 reforça o simbolismo da ação. “Era para ser hoje, no maior evento de mudanças climáticas do mundo. Que possamos voltar aqui quando ela chegar aos 500 quilômetros – e eu acredito que vai acontecer!”
Da ideia ao mapa: cinco anos de voluntariado
Idealizador da rota, Júlio Meyer, presidente da Rede Brasileira de Trilhas, lembrou que o projeto nasceu do esforço de um pequeno grupo. “Cinco anos atrás, isso era apenas uma ideia na cabeça de um pequeno grupo. Hoje lançamos uma trilha com quase 500 quilômetros, toda sinalizada, com uma rede linda de empreendedores e um movimento de baixo para cima”, disse.
Ele celebrou o avanço do Pará no tema: “É motivo de enorme alegria ver o Pará com nove trilhas cadastradas e um trabalho conjunto que substitui concorrência por cooperação.”
Trilha peregrina e patrimônio cultural
O presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, ressaltou o caráter simbólico da rota. “A trilha une pessoas e fortalece o amor à natureza. Ela já vem sendo usada como trilha peregrina por romeiros do Círio que saem de Viseu, Bragança e Capanema”, explicou.
Segundo ele, a rota também serve à festa de São Benedito, em Bragança. “É uma trilha de mão dupla, religiosa e cultural.”
Integração entre conservação e comunidades
Para a diretora substituta do ICMBio, Carla Guaitanele, a trilha materializa a essência das políticas públicas de conservação. “As unidades de conservação existem para integrar territórios e pessoas. A Rede de Trilhas se fortalece quando nasce das comunidades, dos quilombolas, dos municípios”, afirmou. Ela reforçou que o projeto mostra ao mundo a riqueza ambiental e cultural brasileira.
A secretária nacional de Biodiversidade, Rita de Cássia Mesquita, destacou o papel das comunidades. “Cada trecho da trilha carrega um valor ofertado pelas comunidades. As trilhas são democráticas: todos podem participar, cada contribuição fortalece a conexão entre pessoas e natureza.”
Como é o percurso
A Trilha Amazônia Atlântica é dividida em sete trechos. O caminho parte do centro histórico de Belém, passa por parques urbanos, áreas de mata e segue até a Vila de Caraparu. Depois avança para Castanhal, atravessa quatro territórios quilombolas e percorre trechos da antiga Estrada Belém–Bragança até Capanema.
Em seguida, passa por Nova Olinda, cruza os Campos Naturais Bragantinos, segue por Bragança, Augusto Corrêa e termina em Viseu, já na divisa com o Maranhão. No ponto final, o visitante encontra uma vista única da Amazônia a partir do mirante da Serra do Piriá.
A cerimônia contou com a presença do presidente da Trilha Amazônia Atlântica, Bruno Borges, além de lideranças comunitárias envolvidas na construção do percurso.
Fonte: Assessoria de Comunicação do MTur





