Ainda sob reflexos da COP 30, recém-realizada em Belém (PA), três nomes com expertise no tema da sustentabilidade se debruçam sobre os caminhos do ESG, com olhar para a realidade nacional e global. Destacam como o conceito pode reverberar sobre o ‘Turismo com Propósito’. Este foi o tema central do EXPO FÓRUM 2025 – que se realiza nesta segunda-feira (1), no WTC Events Center, na capital paulista, organizado pelo Visite São Paulo.
por Cecilia Fazzini, especial para o DIÁRIO*
Alexis Thuller Pagliarini – CEO e fundador da Criativista ESG enfatiza que é preciso sair do discurso e enveredar por caminhos concretos e soluções pragmáticas, que passam igualmente pela cadeia do Turismo, em ressonância com compromissos firmados durante a COP 30.
Por sua vez, Fernando Beltrame, CEO da ECCAPLAN, acentua iniciativas regionais, com resultados de desenvolvimento para empreendedores locais, baseado na força e mutirão das comunidades. Profetiza a respeito da necessidade de se manter todos os atores em alerta sobre as mudanças climáticas, com um quadro que inspira urgência, uma vez que, segundo o especialista, o Brasil responde por apenas 4% do mercado de crédito de carbono mundial.
ESG no Turismo: eventos, viagens de incentivo, resorts e destinos
Para completar a interpretação sobre o tema, a leitura de Hélio Brito, fundador e CEO da ESG Pulse, é de que passos importantes têm sido dados pelo Turismo, com interação no que se refere à pauta ambiental. De acordo com ele, eventos, viagens de incentivo, resorts e destinos já se encontram na trilha do ESG, para minimizar efeitos climáticos nas respectivas áreas de atividade. Em sua recomendação, frisa a importância de que os destinos abracem as boas práticas de sustentabilidade e se tornem mais competitivos.

Diagnóstico ágil
Na ordem do dia do debate sobre ESG, o EXPO FÓRUM deu luz, no entender do executivo da ESG Pulse para a viabilidade do gestor público identificar o que precisa ser feito, a fim de pontuar em crédito de carbono e outras providências. “O diagnóstico pode ser concluído num prazo de 30 dias, que contemple não só o destino, mas os demais players relacionados com a atividade turística”. A boa impressão extraída do COP 30 se refere, sobretudo, aos mecanismos de fomento assinalados durante o evento, a serem repassados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, via instituições financeiras, com juros atrativos. “Lixo e esgoto, ao contrário do que sempre foi preconizado, rendem votos e podem estar na pauta das decisões no campo político”, provoca Brito.
Alexis Pagliarini, da Criativista ESG4 vislumbra efeitos concretos sobre os resultados das empresas. “Cuidar das pessoas e do meu ambiente é sempre um ganho. Quem tem a melhor performance nesse terreno, conquista o mercado em que atua”, aposta. O foco na sustentabilidade é, segundo ele, um caminho sem volta, sem enveredar pela benevolência e sim porque funciona quando se está falando na adoção das melhores práticas. Também lembra que os departamentos de compra das empresas, por exemplo, usam o crivo da sustentabilidade para eleger fornecedores.
Para Fernando Beltrame, da ECCAPLAN, o conceito ESG deixou de ser um princípio e se transformou em valor. Por isso o meio corporativo passa a olhar, no seu entender, com maior rigor para materiais e o reflexo sobre o meio ambiente.

*Com equipe do DIÁRIO, Clara Silva, Aurora Ayres, Bruno Almeida, Felipe Maresca e Paulo Atzingen
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