O Ministério de Portos e Aeroportos anunciou na última terça‑feira (23) que emitiu parecer favorável para que o Aeroporto de Congonhas, na cidade de São Paulo, possa receber voos internacionais, atendendo a um pleito da concessionária que administra o terminal, a espanhola Aena Brasil.
DA REDAÇÃO com agências
O parecer, no entanto, ainda não representa a autorização final para o início das operações internacionais no aeroporto, que é o segundo mais movimentado do país em número de passageiros e concentra voos domésticos para dezenas de destinos no Brasil.
Congonhas, oficialmente chamado Aeroporto de São Paulo/Congonhas – Deputado Freitas Nobre (CGH), foi inaugurado em abril de 1936 e tem sido fundamental para o desenvolvimento da aviação comercial brasileira. Ao longo de décadas, antes da abertura do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos, o aeroporto chegou a operar voos internacionais diretos para países da América do Sul como Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia, com companhias como Pan Am, Aerolíneas Argentinas e Pluna, além de voos regionais importantes.
Entretanto, com a inauguração do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos em 1985, grande parte dos voos internacionais foi transferida para lá, e Congonhas passou a operar majoritariamente voos domésticos regulares, mantendo seu papel central no transporte aéreo do Sudeste.
A Aena Brasil, subsidiária da espanhola Aena — uma das maiores operadoras aeroportuárias do mundo — venceu a concessão do aeroporto em outubro de 2023, em um bloco de 11 aeroportos brasileiros, e desde então conduz um ambicioso plano de investimentos, incluindo a construção de um novo terminal de passageiros, ampliação do pátio de aeronaves e novas pontes de embarque, com previsão de conclusão até junho de 2028.

Embora tenha recebido o parecer favorável, a Aena ainda precisa obter autorizações de órgãos de controle de fronteira — como a Polícia Federal, Anvisa, Vigiagro e a Receita Federal — e, após isso, protocolar oficialmente o pedido junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que terá a palavra final sobre a designação de Congonhas como aeroporto internacional.
Segundo o Ministério, a iniciativa tem potencial de fortalecer a aviação nacional, ampliar a conectividade aérea e impulsionar o desenvolvimento econômico, sobretudo em rotas regionais dentro da América do Sul, já que as limitações de pista de Congonhas ainda restringem o pouso de aeronaves de maior porte em rotas longas.
A própria Aena afirmou em comunicado que o parecer favorável representa um primeiro passo para a eventual internacionalização do aeródromo, e que a realização de voos internacionais comerciais dependerá do interesse das companhias aéreas. Caso tudo avance conforme o cronograma, a estimativa é que as operações internacionais possam começar após junho de 2028, com a conclusão das obras de modernização do aeroporto.




