Dando continuidade ao debate sobre o direito ao turismo, a pesquisadora da Universidade de Surrey, na Inglaterra, Victoria Eichhorn, falou sobre a acessibilidade e o direito das pessoas com deficiência, durante o Congresso Mundial de Turismo Social, evento realizado em São Paulo pela Organização Internacional de Turismo Social (OITS) em parceira com o Sesc.
Recursos financeiros, questões geográficas e de infraestrutura, informação e problemas de interação e comunicação são as principais barreiras para o acesso de pessoas com deficiência ao turismo.
“Os aspectos financeiros são um obstáculo, mas não o principal. A falta de acessibilidade dos ambientes restringe as pessoas e limitam as escolhas quanto à oferta turística. Mas o principal obstáculo indicado foi o aspecto interativo, as atitudes negativas e o abismo de compreensão e entendimento das sociedades com a deficiência”, disse a pesquisadora.
A pesquisadora inglesa abordou, ainda, a necessidade de treinamento e capacitação nas empresas para preparar aqueles que estarão envolvidos no atendimento aos turistas. “É preciso que os destinos sejam acessíveis, mas treinamento e educação são fundamentais para garantir essa acessibilidade tanto quanto a infraestrutura”, afirmou Victória.
Ela informou que a Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidade das Pessoas com Deficiência das Nações Unidas foi assinada em 2008, mas é preciso pensar no pouco que se avançou nesses anos. “Muito ainda precisa ser feito para eliminar os obstáculos enfrentados pelas pessoas com deficiências”, complementou.
Ela acredita que o Turismo Social tem a possibilidade de engajar as pessoas e prepará-las melhor para que superem essa barreira. “Muito além da aplicação de leis, as crenças pessoais precisam ser mudadas”, concluiu a pesquisadora.
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