sexta-feira, dezembro 26, 2025
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íŠxodo de novos ricos preocupa governo chinês

Após terem acumulado fortuna em mais de 30 anos de boom econômico, chineses exportam riqueza e famílias para fora do país, em busca de qualidade de vida 'ocidental' e por medo da cruzada anticorrupção lançada pelas autoridades

Em janeiro deste ano, o consulado de Hong Kong no Canadá se viu soterrado por uma montanha formada por 53.580 solicitações para obtenção do status de “investidor federal canadense”, no âmbito do programa de imigração para pessoas ricas mais popular do mundo. O sistema ficou sobrecarregado, e o governo de Ottawa foi obrigado a congelar os vistos.

O acúmulo de papeis foi causado por chineses da República Popular, que representam mais de 70% das solicitações ao programa. De acordo com as regras canadenses, candidatos com patrimônio de pelo menos 1,6 milhão de dólares canadenses [cerca de 3,4 milhões de reais] podem obter o visto de residência com a condição de que “invistam” o valor mínimo de 800 mil dólares [cerca de 1,7 milhão de reais] sob a forma de empréstimo, sem juros, durante cinco anos, em benefício do Canadá.

Este é um fenômeno que Pequim tem tentado desencorajar já há algum tempo: o êxodo dos novos ricos que, após terem acumulado fortunas em mais de trinta anos de boom econômico, exportam riquezas, famílias e eles mesmos para fora da China, seja em busca de uma qualidade de vida “ocidental”, seja por medo da campanha anticorrupção lançada pelas autoridades chinesas. Agora, um estudo da instituição financeira britânica Barclays concluiu que quase metade dos chineses endinheirados pretende se mudar para o exterior nos próximos cinco anos.

O problema não diz respeito somente aos homens de negócio, mas também ao Partido. Nesse caso, tratam-se dos chamados “funcionários nus”, aqueles que permanecem trabalhando no país enquanto transferem família e – sobretudo – contas correntes para além das fronteiras, na esperança de atravessá-las em breve.

Em junho passado, autoridades da província de Guangdong, no sul da China, descobriram que os funcionários que tinham transferido tudo para o exterior somavam mais de mil. Lançou-se então uma campanha de dissuasão: tragam a família de volta ou recebam um rebaixamento na carreira profissional. Uma campanha que, acredita-se, deve se estender a nível nacional.

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