ABEAR estimula trabalho de prevenção de ocorrências de colisão de pássaros com aeronaves; saiba mais

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Dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos apontam que, em 2017, foram registradas 1.631 ocorrências de colisões entre pássaros e aeronaves

Edição do DIÁRIO

A concentração de pássaros em áreas próximas aos aeroportos aumenta o risco do chamado bird strike – impacto de um pássaro com uma aeronave. Esse tipo de colisão é recorrente na aviação comercial e pode ser leve ou severa, de acordo com o peso do pássaro e a velocidade do avião.

De acordo com dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), em 2017, último relatório disponível, foram registradas 1.631 ocorrências de colisões entre pássaros e aeronaves comerciais em todo o País, média de 4,5 por dia. As partes mais atingidas em um avião são os motores, a parte frontal das asas, o para-brisa e o radome (nariz da aeronave).

A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) estimula trabalhos de prevenção para evitar presença de aves nas áreas próximas aos sítios aeroportuários. A ocorrência de bird strike, como a registrada na última quinta-feira (7) por um avião da LATAM que decolou de Brasília para Congonhas, pode gerar problemas como atrasos, cancelamento de voos e manutenção não programada de aeronaves. Os principais aeroportos do Brasil possuem programas de manejo de fauna, que inclui ações como a análise do tipo de pássaro que sobrevoa a região, verificação de predadores naturais e quais as possibilidades para mitigar o aparecimento das aves. Hoje, o maior problema são os lixões irregulares nos entornos dos aeroportos. O destino inadequado dos dejetos faz com que as aves, como os urubus, povoem esses locais e tragam risco aos voos. O acúmulo de lixos nas ruas e o despejo de esgoto em locais irregulares também podem potencializar o problema.

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Impacto em aeronaves

Uma ave de grande porte pode causar a queda de uma aeronave pequena, como um monomotor. No caso de aviões de grande porte, utilizados na aviação comercial, é raro ocorrer esse tipo de problema, pois os aviões possuem, no mínimo, dois motores. Em caso de colisão com um motor, é possível realizar o voo com o motor que não foi afetado. De qualquer forma, quando o piloto percebe algum tipo de dano decorrente do choque há a necessidade, em certos casos, de pousar no aeroporto mais próximo com melhores condições de segurança para verificar as condições da aeronave.

Uma outra frente do trabalho preventivo da ABEAR é a sensibilização de autoridades e entes públicos, como a realização de um encontro com o Ministério Público do Estado de São Paulo, em agosto de 2017, quando foram apresentados dados e informações com a finalidade de mostrar a importância do controle da fauna para mitigar os riscos de aproximações entre aves e aeronaves e garantir a concretização dos planos de viagem dos passageiros.

Como resultado desse encontro, a Procuradoria de Justiça do Meio Ambiente da Capital (cidade de São Paulo) e a Procuradoria de Justiça Cível de Campinas abriram inquéritos para averiguar a existência de eventuais irregularidades nos entornos dos aeroportos de Congonhas, Guarulhos, Campo de Marte, Viracopos, Campos dos Amarais e Aeroclube de Jundiaí que resultem em focos de atração de aves nessas proximidades.

Estudos

Não há no Brasil ou internacionalmente levantamentos precisos sobre os custos resultantes dos incidentes com aves. O principal problema para estimar os impactos monetários é a existência de diversos envolvidos (companhias aéreas, aeroportos) e de reflexos de diferentes tipos, entre diretos (reparos de um motor ou fuselagem de um avião) e indiretos (lucros cessantes, impactos à malha aérea e indisponibilidade de aeronaves). Mas estudos acadêmicos arriscam estimativas de custos anuais próximos de US$ 2 bilhões (valores atualizados) para a aviação em todo o mundo (The costs of birdstrikes to commercial aviation; Allan J, O. A.; 2001). No Brasil, adotando os mesmos critérios de tais estudos, estimativas conservadoras suscitam a valores acima de US$ 16 milhões/ano para a nossa aviação. Tais números são tidos como cautelosos, entre outros motivos, em razão da subnotificação dos eventos aviários no País.

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