ABIH Nacional apresenta pesquisa sobre ocupação dos hotéis para o carnaval 

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Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – ABIH Nacional junto às ABIH´s estaduais, e divulgada na tarde desta quinta-feira (11)  apontam ocupação da hotelaria independente no início deste ano e as expectativas para o Carnaval.

EDIÇÃO DO DIÁRIO com agências


Conforme o esperado, os números em todo o país estão muito abaixo dos índices de 2019 e de anos anteriores devido aos efeitos da pandemia e às restrições impostas pelas autoridades para tentar conter sua propagação.

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Com os índices de ocupação atingindo os percentuais mais baixos de todos os tempos, o presidente da ABIH Nacional, Manoel Linhares, afirma ser urgente que o governo federal lance medidas para salvar o setor. “Para que o turismo e a hotelaria consigam sobreviver, precisamos de medidas assertivas como a suspensão da cobrança das parcelas dos fundos de financiamentos também em 2021 – como foi feito a partir de abril até dezembro de 2020 – e a reprogramação dos pagamentos a partir de 2022”, afirmou o presidente da ABIH Nacional.

“A hotelaria nacional, principalmente nos destinos coorporativos, ainda não conseguiu chegar nem perto de 20% dos números alcançados em 2019 e a atual taxa de ocupação, na maioria absoluta dos hotéis, não cobre sequer seus custos operacionais”, completou Manoel Linhares.

“Ainda esperamos para 2021 uma retomada, mas para que as empresas continuem suas atividades, precisamos do apoio em todos os níveis e a cooperação dos governos municipais e estaduais com medidas de redução de impostos, como o IPTU, despesa com forte impacto nos custos dos hotéis, e de tarifas, como a de água e energia, para não só amenizar os efeitos econômicos do momento que estamos passando, mas também preservar empregos e renda, já que muitas unidades hoteleiras encerram suas atividades em todo o país”, disse ainda o presidente da ABIH Nacional.

Ressalta-se que as medidas tomadas pelo governo federal em 2020 foram fundamentais para evitar milhares de demissões. Em especial, a Medida Provisória 936/2020 (atual lei 14.020) e as linhas de crédito lançadas, fizeram com que o setor pudesse respirar durante a maior crise da história da hotelaria. Apesar disso, reitera-se que é importantíssimo que as medidas de suspensão do contrato de trabalho e jornada sejam prorrogadas em 2021 e que haja postergação do prazo de carência para o pagamento de empréstimos contraídos, haja visto que o setor ainda não obteve a retomada adequada.

Vejamos alguns dados sobre a ocupação da hotelaria no Brasil:

Na cidade do Rio de Janeiro, com o cancelamento do Carnaval pela Prefeitura, a hotelaria foi um dos setores mais afetados. Em 2020, a ocupação nos hotéis cariocas ficou, em média, em 93%, chegando perto de 100% durante o período. Esse ano, porém, o cenário é bem diferente, não devendo ultrapassar os 50%, já que o cancelamento não apenas das festividades mas também do feriado de Carnaval em São Paulo terá forte impacto na hotelaria carioca, uma vez que o estado vizinho é um dos principais emissores de turistas nesse período. A ocupação no verão vem sendo de 40%.

Em São Paulo, na capital, no segundo semestre de 2019 a ocupação média ficou em 20% e as perspectivas de melhora são somente para o segundo semestre, com a volta dos eventos. No Carnaval, o estado segue a mesma tendência do Rio de Janeiro. Com o cancelamento da festa oficial e de qualquer evento e também do ponto facultativo na capital, a cidade deve ter uma ocupação muito abaixo de anos anteriores. A suspensão do feriado também afetará fortemente o turismo nas cidades menores, destinos tradicionais nessa época do ano.

No Nordeste, o cenário não é muito diferente das demais regiões do país: média de ocupação mais baixa que em anos anteriores, menor procura nas capitais e maior demanda por destinos menores. No Ceará, o Carnaval, que está suspenso pelo governo do estado, em anos anteriores chegava em média a 70%, mas nesse ano, a expectativa é atingir apenas 40%. A cidade de Fortaleza terá índices muito menores que em anos passados: em janeiro atingiu apenas 55%, pois seu principal público são os turistas que vêm de fora do estado.

No Nordeste, o cenário não é muito diferente das demais regiões do país: média de ocupação mais baixa que em anos anteriores, menor procura nas capitais e maior demanda por destinos menores (Crédito: Arquivo DT)

Em Salvador, principal destino baiano no período, e em diversas cidades, com a suspensão das festas de Carnaval, a ocupação hoteleira no estado, durante toda a alta temporada, deve ficar em cerca de 70% menor do que foi em 2020. A ocupação em dezembro foi de 50%, enquanto o esperado era chegar a 70%. Em janeiro, o índice ficou em 55%, também muito abaixo das expectativas.

O cenário é semelhante em Pernambuco, com o cancelamento das prévias e das festas de Carnaval pelas autoridades, a ocupação hoteleira durante as festas que em anos anteriores nos principais destinos do estado, Recife e Porto de Galinhas chegava a 97%, em 2021 não deve ultrapassar os 60%. No início desse ano, com ocupação de 55% na capital e 70% em Porto de Galinhas, a queda chegou a 60%.

No Rio Grande do Norte, a ocupação está em 55% na alta temporada e deve manter esses números para o Carnaval. As vendas vinham aumentando até novembro, quando começaram a sair as notícias sobre o início da segunda onda do Coronavírus, o que fez a procura cair bastante.

Em Alagoas, também não haverá programação de Carnaval e a definição do ponto facultativo ficará a critério dos municípios. Tradicionalmente, os turistas procuram o destino nesta época para curtir um feriado tranquilo, de sol e mar, com experiências ao ar livre e boa gastronomia. Com a pandemia, esses critérios foram ainda mais fortalecidos e o destino foi apontado como um dos mais procurados nas principais operadoras, chegando no Rèveillon a 85% de ocupação. Em Maceió, a Prefeitura decidiu manter o ponto facultativo, atendendo a uma mobilização do setor de turismo. Dessa forma, o feriado está garantido, embora as aglomerações como prévias carnavalescas, blocos de rua e trios estejam proibidas. A expectativa de ocupação é de 70% para o período. Devido à suspensão dos pontos facultativos em mercados emissores importantes para o destino, como São Paulo e Rio de Janeiro, muitos hotéis já registram cancelamentos de reservas.

No sul do país, destino tradicional nessa época, Santa Catarina também apresenta queda na comparação com o ano passado. Em 2020, janeiro teve 79% de ocupação, contra apenas 48% esse ano. Os destinos de praias tiveram maior ocupação (53%), assim como no Centro (49%). Os piores resultados foram registrados no continente (36%). A temporada de verão já estava bem comprometida e com o cancelamento das festas de Carnaval nos principais municípios do estado, os números devem permanecer semelhantes ao primeiro mês do ano, com queda de 50% em relação a 2020. Um fator que influencia esse resultado é a diminuição radical de turistas vindos da Argentina, um grande emissor para o estado no Carnaval.

Porto Alegre também registrou baixa ocupação em janeiro, ficando em torno de 25%, uma queda de 30% em relação a 2020. Uma das cidades mais procuradas do Rio Grande do Sul, Gramado, no primeiro mês do ano, ficou em 45%, menos da metade da ocupação total registrada no ano passado, mesmo promovendo eventos como a Fenin e o Natal-Luz. Para fevereiro, o cenário não deve mudar, pois na capital vários hotéis seguem fechados, enquanto no principal destino do interior a ocupação não deve ultrapassar os 25%. Sem os atrativos do Carnaval, que foi cancelado em todo estado, o quadro é muito grave para o turismo e a hotelaria do Rio Grande do Sul.

No Mato Grosso do Sul, a hotelaria vem trabalhando com cerca de 30% de ocupação e os próximos três meses devem ser muito difíceis para o setor. No Mato Grosso, a expectativa é que o Carnaval também não tenha muita movimentação, pois Cuiabá já decretou estado de emergência e o governador suspendeu o ponto facultativo no período.

Na região Norte, a situação é muito grave para hotelaria do Amazonas. A ocupação média no estado ficou em 24% em 2020. Depois de uma pequena melhora nos números nos dois últimos meses do ano, desde o dia 26 de dezembro, quando foi decretado o fechamento do comércio e a suspensão de todas as atividades, o movimento é muito pequeno. Os acessos por estradas e rios e os voos estão limitados para Manaus, onde a ocupação hoteleira em janeiro foi 14%, público composto na sua maioria por pessoas da área de saúde.

Por fim, será necessário dar continuidade às medidas governamentais até que a atividade hoteleira retome seus índices de pré-pandemia, haja visto que o setor foi o mais impactado durante toda a crise do Covid-19. Por isso, clama-se pela conscientização dos governos municipais, estaduais e federal para unirem-se ao setor, de modo que se consiga a tão sonhada retomada e, consequentemente, a salvação de milhares de empresas e empregos em todo o nosso país.

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