Abuso de Operadoras e OTAs: comissões fora da realidade     

Continua depois da publicidade

Por Vinícius Geraldo, especial para o DIÁRIO*

Atualmente as comissões impostas pelo mercado de operadoras tornaram-se extremadamente abusivas. Tarifas que rondam os 25 a 35% determinam  regras e leis e, grande parte dos hoteleiros, por não contar com profissionais à altura, por extrema ineficiência ao não saber como reverter a situação, se submetem a esta exploração, seja devido a sua ignorância em Ecommerce, em Marketing Direcional, em Revenue Management, Status Online, e tantos outros fatores. Pretendo abordar esses assuntos a partir de hoje e em textos futuros.

Coleguismo

Veja também as mais lidas do DT

Tarifas abusivas, ineficiência profissional e desconhecimento em tecnologia é um círculo vicioso sustentado pela complacência, e muito coleguismo, afinal negócios são negócios.  Temos a cultura do coleguismo que não preza o negócio hoteleiro em si, pelo contrário, preza pelo individualismo e pelas relações interpessoais e aqui chegamos à outra falha grave; nem mesmo investidores sabem as oportunidades que perdem, por terem pessoas deficientes ao comando e despreparadas. Nos últimos 15 anos o mundo teve um boom para a comercialização online e nosso país segue sendo um dos mais desprovidos de conhecimento e critério tecnológico real neste setor, permitindo que a situação de abuso em comissionamento exista. No Brasil somente visamos o custo, fator extremadamente fora da curva do ponto de vista dos negócios.

Frear as OTAs

Devem-se realizar estratégias e usar ferramentas que realmente prezem um aumento significativo das oportunidades para a venda direta e poder competir e frear Operadoras e algumas OTAs. Para que estes hoteleiros possam ser competitivos  é preciso uma análise profunda algo que no Brasil é superficial e apenas se remete a um efeito manada, somente olham preço ao contratar ferramentas.

É preciso frisar que nossa ignorância de mercado nos atrasa já que para competir com monstros de estrutura e capital tão superiores devemos ser in-te-li-gen-tes. Precisamos visualizar como nossa produção pode aumentar em escala a longo prazo e não se preocupar com o custo imediato; tecnicamente falando para uma decisão ser correta não se delega a um, senão a quatro departamentos fundamentais que interligados e interados se chega ao  Ecommerce efetivos. Esses departamentos, são os seguintes: 1. Comercial; 2. Marketing; 3.  Operações e 4. Revenue management.

É preciso frisar que nossa ignorância de mercado nos atrasa já que para competir com monstros de estrutura e capital tão superiores devemos ser in-te-li-gen-tes

Não se deve mais trabalhar com foco em apenas um mercado, mas ter uma visão macro para competir com Operadoras e OTAs; é preciso segmentar a estrutura de tarifas, quebrar a paridade tarifária de várias formas,  sem afetar, no entanto, nossa conivência com estes gigantes (Operadoras e OTAs).

Caso a Hotelaria não se adapte aos tempos modernos continuará a assimilar essas taxas, aqueles que continuam coniventes a esta realidade deficiente deverão pagar altas porcentagens.

Realizar boicotes como está sendo realizado contra a empresa Decolar no Rio de Janeiro apenas serve para mostrar o desgosto e a impotência, mas não é a solução. Estamos longe, muito longe de termos a solução; é preciso muito trabalho e capacitação para os profissionais da área. Está e a única forma de sermos assertivos competitivos no mercado para revertermos a situação.

vinicius*Vinicius Geraldo é CEO da HS LATAM e vice-presidente BookOnlineNow Globally

É graduado em Administração de Empresas pelo Instituto Manuel Belgrano e em Engenharia Eletrônica (2003) pela Universidad Nacional de La Plata, as duas instituições na Argentina. É certificado com o curso CISCO Network Administration. E entre 2010 e 2011 concluiu três cursos MBA pela Consultoria San Román de Barcelona, Espanha.

Publicidade
  1. Parece inacreditável, mas há uma espécie de “Inconsciente Coletivo” que faz a Hotelaria optar por oferecer suas U.H./s às Agências, acertando por um preço naturalmente mínimo, que suponhamos cubra os custos de manutenção, mas que eles póssam dizer que estão com ocupação de 70% ou 80%, “garantida”. Em março deixei de viajar para o Nordeste, período de cinco dias (!!!) pelo nítido Desinteresse dos hotéis consultados, em fazer a reserva, diretamente com o cliente, além do que respondeu por e-mail para acessar “reservas on-line”. É realmente impressionante a dificuldade, que muitas vezes ocorre e, como comentei em outra oportunidade: quem trabalha e viaja sózinho, é diferente dos aposentados que pódem viajar a qualquer tempo e seguir sugestões de agências. Há a necessidade de “mudança de cultura”, como se diz, da Hotelaria, com treinamento dos funcionários da recepção e, o entendimento de que viajantes em grupo ou individual, são todos turistas.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Recentes

Publicidade

Mais do DT

Publicidade