O governo do Peru está considerando abrir uma investigação criminal contra o Greenpeace. A atitude se deu depois do grupo ambientalista realizar um protesto ao lado das históricas Linhas de Nazca, no deserto do país. O problema é que poucas pessoas podem andar naquela região, já que se trata de um terreno frágil. “Ao andar por lá, as pegadas das pessoas podem marcar o chão por centenas ou milhares de anos. Os turistas só têm acesso pelo ar – ou em raras exceções, com calçados específicos”, conta o Ministro de Cultura.
Com a intenção de atingir os 190 países participantes do congresso sobre mudanças climáticas da ONU que acontece em Lima, a mensagem escrita com gigantescas letras de pano dizia: “Tempo de mudança! O futuro é renovável”. Mas, depois de descobrirem a situação delicada da região, o Greenpeace decidiu se desculpar publicamente.
Os ativistas afirmam que lamentam eventuais “ofensas morais” que o protesto possa ter causado ao povo do Peru. Mesmo assim, as autoridades afirmaram que a possibilidade de uma investigação criminal sobre o incidente ainda existe. Além disso, tentarão impedir que os ativistas participantes do protesto deixem o país.
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Imagem mostra ação do Greenpeace vista do alto (Foto: Reprodução/AP) |
Em resposta, o Greenpeace contou que vai colaborar com o governo em relação aos danos locais e que vai deixar de usar as imagens do protesto como parte de suas campanhas. O grupo também informou que o diretor executivo Kumi Naidoo comparecerá na cidade de Lima para se desculpar pessoalmente com o governo peruano.
As Linhas de Nazca – consideradas Patrimônio Cultural da Humanidade desde 1994 – formam um conjunto de antigos geoglifos gigantes localizados nos Pampas de Jumana. Com imagens de plantas e animais, estima-se que as complexas figuras tenham sido escavadas no solo há cerca de 1.500 anos a 2000 anos.