O turismo de Pernambuco vem contrariando a combalida economia brasileira com números de visitantes e turistas acima da média nacional. Em 2016 desembarcaram na terra do frevo e do maracatu 5,6 milhões de turistas. Um aumento de 3,11%, em relação ao ano anterior. Só neste último mês de janeiro, Pernambuco recebeu 661.214 mil turistas nacionais e internacionais, segundo dados da Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur).
Os investimentos no turismo de Pernambuco têm ajudado o Estado a superar a grave situação financeira do país com o incremento de visitantes. O editor do DIÁRIO, jornalista Paulo Atzingen entrevistou o novo presidente da Empetur, Adailton Feitosa, para saber o segredo de tão boas notícias.
Por REDAÇÃO
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DIÁRIO – Adailton, fazer promoção desassociada de investimentos em infraestrutura é, como sabemos, uma contradição. Vocês conseguem fugir dessa regra?
Veja, alguns estados têm a preocupação, sabem que é necessário e importante haver ações promocionais bonitas e criativas que destaquem o estado em todos os eventos e feiras que participamos. Isso é muito importante. Nenhum estado vive se não trabalhar muito bem as suas campanhas de marketing. No entanto, eu sempre pontuo que para deixarmos uma boa imagem de nosso estado, levando em consideração que temos belezas naturais que foram nos dadas de graça, como nossas praias e nossa natureza, precisamos estruturar bem nossos destinos. Só assim nossos turistas se sentirão bem recebidos.
Temos várias obras tocadas pela Secretaria Estadual de Turismo, Esporte e Lazer; e pelo próprio Prodetur (Programas Regionais de Desenvolvimento do Turismo), que são fundamentais nessa estruturação, no que diz respeito a melhorias do acesso em algumas áreas, até urbanizando algumas localidades muito ricas, mas que necessitam de uma estrutura melhor para o turismo. Esse processo acarreta na instalação de restaurantes, hotéis e pousadas, fazendo com que o índice de visitas nesse lugar aumente gradativamente, movimentando a economia daquele local. Isso melhora a situação daquela localidade e traz mais autonomia a ela, não dependendo tanto do recurso de terceiros.
DIÁRIO – O senhor como técnico da Empetur, tem acompanhado os investimentos em infraestrutura no Estado que beneficiam a cadeia produtiva do turismo?
Sim, temos varias ações em andamento, como por exemplo, o acesso a Muro Alto, região de Porto de Galinhas. Ali há um pleito dos hoteleiros da via que permite acesso a alguns condomínios e aos nossos principais resorts da região. O acesso é muito ruim e isso é uma demanda antiga. Já estamos trabalhando num projeto para que possamos dar um acesso adequado aos turistas que chegam aos resorts, proporcionando a circulação esperada por nossos hóspedes, deixando a imagem de nossos serviços como nós queremos, mais atrativo.
Além disso, temos ações no Litoral Norte e no Agreste (Gravatá), que visam sempre a melhor estruturação dos nossos destinos.
DIÁRIO – Existem ações da Empetur para “despraializar” e valorizar o interior e outras regiões de Pernambuco?
É incontestável que o perfil do turista que vem a Recife é o que gosta de mar, não podemos fugir disso. Precisamos aumentar e fortalecer porque essa é uma característica, e é natural. As praias que nós temos e as águas quentes são diferenciais. É normal que o turista busque isso em nós. Temos que fortalecer e vender mais isso que possuímos, e é claro, estruturar, porque só estruturamos o que a gente tem. É preciso que o turismo em Pernambuco seja mais do que isso. Desde o trabalho que foi feito do Destino Pernambuco, que foi o primeiro trabalho do secretario Felipe Carreiras, fazendo assim, uma grande ouvidoria em mais de 100 municípios, dos quais descobrimos seus anseios e as demandas de todas as regiões. A partir deste ponto, trabalhamos um plano de turismo no estado, tratando do litoral ao sertão, passando por todas as regiões. Aliado a isso, tivemos a questão do recadastramento dos municípios no Ministério do Turismo, no qual visitamos e conversamos com eles, redefinindo o mapa do turismo em Pernambuco com as características próprias de cada região, firmando as 14 regiões que fazem parte desse guia, e todas as cidades que compõem cada uma dessas regiões, com seus aspectos marcantes, com suas potencialidades, com sua cultura e com seus atrativos.
Até meados de julho, encaminharemos a atualização desse mapa ao Ministério do Turismo, já que ambas as partes entendem que isso é necessário.
Por questões de ano eleitoral e troca de gestão, algumas localidades ficaram de fora desse novo mapa, mesmo com uma rigorosa revisão que foi feita, e que acontecerá novamente, já que determinadas localidades não podem ficar de fora do turismo de Pernambuco, pois assim, esses lugares não ficaram sem captar recurso do Ministério. Investiremos no que for analisado e considerado necessário de receber tais melhoras.
Presidente da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) – Natural de Serra Talhada, 45 anos. Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Recife, com especialização em Gestão Pública e Controle Externo pela Universidade de Pernambuco (UPE) e Mestrado em Gestão Pública pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). É auditor do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco, onde já exerceu inúmeras funções desde 1992, onde foi auxiliar de auditor, assessor técnico de auditor substituto de conselheiro, assessor técnico de conselheiro, inspetor regional em Garanhuns e Surubim, diretor de Controle Municipal, coordenador de Controle Externo, diretor geral e chefe de gabinete da Presidência. Atuou como gerente de Licitações do Estado na Secretaria de Administração de Pernambuco. No turismo, ingressou como diretor Administrativo-Financeiro da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), onde também foi vice-presidente de fevereiro a dezembro de 2012. Em seguida, atuou como secretário executivo de Turismo de Pernambuco (2013) e secretário de Turismo de Pernambuco (2014). A partir de abril de 2014, assumiu a secretaria executiva de compras e licitações do Estado, na Secretaria de Administração de Pernambuco. É professor universitário da disciplina Direito Constitucional na UniNassau, desde 2005.