Com o objetivo de saber a opinião de diversos players do setor turístico, entre eles hoteleiros e operadores, sobre suas expectativas para o ano que se inicia e ainda diante de um quadro econômico recessivo e uma política instável, o DIÁRIO ouviu porta-vozes do trade turístico. Adonai Filho, da BWT Operadora é o proximo.
Da REDAÇÃO
O segundo entrevistado que falou com o DIÁRIO sobre suas expectativas para 2017 que se inicia e ainda diante de um quadro econômico recessivo, foi Adonai Arruda Filho, diretor da BWT Operadora de Curitiba (PR) e presidente do Curitiba, Região e Litoral Convention & Visitors Bureau. O empresário, residente na capital paranaense, também falou das expectativas quanto à gestão da novo prefeito Rafael Greca.
DIÁRIO – O senhor pode fazer um prognóstico de como se apresentará o mercado de operadoras no primeiro semestre e segundo semestre de 2017?
Adonai Filho: Creio que não só para as operadoras, mas de um modo geral, 2017 será um ano muito bom. Principalmente pela grande quantidade grande de feriados que cairão durante a semana. Isso beneficia, e muito, o setor turístico. As operadoras que se planejaram com bloqueios aéreos terão um ano muito bom. Sabemos que a crise continua, mas o mercado deu uma aquecida, não há tanta incerteza quanto ano passado. Nossas perspectivas são boas.
DIÁRIO – Tendências apontam que com a economia recessiva o turismo internacional (emissivo) pode surpreender, o senhor concorda?
Adonai Filho: Sim. Creio que haverá uma pequena melhoria. Mas existem algumas lições governamentais que precisaríamos implementar. Por isso, já falamos com o ministro do Turismo, Marx Beltrão. Um exemplo é o tema da reciprocidade dos vistos. Alguns países têm resistência no tema. O caso do turista chinês. Lá ele tem que deixar o passaporte por mais ou menos 20 dias para obtenção do documento, o que o afasta. Precisamos mudar isso.
Outro tema importante é o caso do Zika Vírus. O profissional do turismo, o trade turístico americano, até sabe sobre a solidez do Brasil quanto ao controle para com doença, durante a Olimpíada aconteceram muitas campanhas publicitárias, mas o turista americano ainda tem muita dúvida quanto à situação. Por isso, o governo deve investir em novas ações promocionais. Além de termos o tema da valorização da moeda, com o real estabilizado, o turista americano não sabe e isso está sendo anulado enquanto uma oportunidade.
DIÁRIO – Como o senhor analisa o mercado com o governo Temer em relação ao mercado nacional e o governo Greca, em relação a Curitiba?
Adonai Filho: Penso que a situação se estabilizou com relação ao ano passado e é vista de um modo geral. O que nos gera uma incógnita é uma possível saída do presidente Michel Temer. Uma incerteza. Quanto à gestão do novo prefeito Rafael Greca em Curitiba, digo que tenho boas percepções. Como presidente do Curitiba Convention Bureau, já fui recebido junto a parceiros do trade duas vezes no gabinete. Ele já apontou mudanças na pasta do turismo e está aberto a sugestões, além de ter nomeado uma equipe técnica para atuar no Instituto Municipal de Turismo.