Segundo o jornal Folha de São Paulo na edição desta segunda-feira (1º), a Airbus, fabricante de aviões comerciais, disse à Justiça que os pilotos, a TAM e as condições de Congonhas foram os responsáveis pelo terrível acidente ocorrido em julho de 2007 nas imediações do principal aeroporto de São Paulo.
O acidente foi o maior desastre da história com uma empresa aérea brasileira, deixando 199 mortos. O A320, modelo do avião que se acidentou na ocasião, é fabricado pela Airbus.
A fabricante de aeronaves não havia atribuído, em público, culpa aos envolvidos até então. A TAM é sua maior cliente na América Latina.
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A Itaú Seguros, seguradora da TAM e, como tal, responsável por pagar as indenizações em razão da tragédia, moveu uma ação na Justiça, a qual é respondida pela Airbus. A Itaú processa a fabricante para tentar reaver o que gastou e, para isso, argumenta ter havido falha no projeto da aeronave, o que a companhia nega. A ação tem valor de R$ 350 milhões e ainda não há sentença.
A Airbus sustenta que o comandante Kleyber Aguiar Lima e o copiloto Henrique Stefanini Di Sacco, que morreram no acidente, são os principais culpados, e a TAM e Congonhas, administrado pela Infraero, contribuíram para o desastre.
Ainda segundo a Folha, o fabricante defende que os pilotos não teriam usado o procedimento correto para um avião com um reversor inoperante (dispositivo na turbina que ajuda a aeronave a frear que estava, desde quatro dias antes do acidente, desativado), caso do A320 naquele dia.
O movimento que aciona os reversores deveria ser feito mesmo com um deles inoperante para evitar que a assimetria dos manetes pudesse descontrolar o avião.
O comandante Lima, afirma a Airbus em sua defesa, colocou um dos manetes em posição errada, o que fez o avião não parar quando pousou. A essa conclusão também chegou a Polícia Federal em relatório de 2009.
A Aeronáutica não achou provas que apontassem responsabilidade dos pilotos em sua investigação, elencou apenas hipóteses: erro dos pilotos ou do projeto das aeronaves, que não alertou a população sobre a assimetria.
A fabricante de aeronaves nega ter havido erro seu e diz que o copiloto Di Sacco poderia ter visto a assimetria e avisado o comandante, mas não o fez. Segundo a Airbus, contribuiu para isso a sua falta de experiência.
Ainda de acordo com a fabricante francesa, os erros dos pilotos foram possíveis em razão do “ambiente permissivo e desorganizado na companhia aérea e pela desorganização administrativa em que se encontrava a aviação civil no Brasil – essas as concausas do acidente”.
Nenhuma das envolvidas (Airbus, TAM, Infraero e Itaú) quis falar sobre o processo. A Infraero se resumiu a dizer que a pista de Congonhas estava e está em boas condições.