Por Fábio Steinberg*
No que depender da tecnologia, aviões, navios e transporte terrestre, assim como boa infraestrutura, comunicação e serviços oferecem cada dia mais plena garantia de trajetórias tranquilas aos cerca de 1,2 bilhão de turistas por ano. Por isto, não deixa de ser irônico que em um tempo em que até incidentes naturais tornam-se crescentemente antecipados, há um único fator impossível de controlar. Ele atende pelo nome de ser humano.
Como se não bastassem os inesperados ataques terroristas que não poupam sequer destinos consagrados como Paris, Londres, Istambul ou Madrid, a globalização da economia pode ter aproximado pessoas e lugares, mas trouxe um efeito colateral. Hoje nós nos tornamos vizinhos de porta de desastres naturais, conflitos armados, ou crises políticas que antes pareciam remotos.
Veja também as mais lidas do DT
Neste sentido, não há alguém mais afetado por este impacto que o viajante de negócios. Pela própria natureza da atividade, esta versão moderna de Marco Polo passa os dias com o pé na estrada. Portanto, pode ser surpreendido sem aviso prévio por uma crise grave, seja ela causada pela natureza ou homens, a qualquer momento e em qualquer ponto do planeta.
Apesar disto, o mundo não pode parar. E é justamente para minimizar riscos à segurança individual que a indústria de viagens e turismo investe crescentemente na aquisição de serviços complementares que ofereçam sistemas de segurança confiáveis. Como verdadeiros anjos da guarda, eles são capazes de antecipar, na medida do possível, desastres, riscos à saúde e situações de perigo físico para o viajante.
Uma das principais organizações especializadas em risco médicos e de segurança é a International SOS. No mercado há 30 anos, atua em todo o globo com sua presença em 850 localidades de 92 países. Em seu portfólio de serviços, oferece programas preventivos reforçados por profissionais experientes nos próprios países e assistência de emergência diante de doenças, acidentes, ou revoltas civis. Em regime 24 horas, é apoiada por 11 mil empregados, sob a liderança de 1,4 mil médicos e 200 especialistas em segurança. Possui uma gama de clientes muito eclética, pois atende desde gigantescas corporações e empresas de pequeno porte a governos, universidades, famílias e indivíduos.
“Apesar dos desastres naturais e ataques terroristas atraírem as grandes manchetes da imprensa, as emergências médicas é que são de longe os principais riscos para os viajantes internacionais”, comenta John G. Rendeiro, Jr., vice-presidente de Segurança e Inteligência Global da International SOS.
Rendeiro acrescenta que bastaria um médico ser consultado antes do embarque., assim como se assegurar que todas as vacinas estão em dia, ou levar na bagagem um estoque adicional de medicação para uso contínuo, para atender eventuais atrasos durante a jornada. Outra recomendação do executivo é conhecer o nome genérico da prescrição usada, caso seja necessário adquirir doses adicionais do remédio ao longo do percurso.
“Do ponto de vista da segurança, crimes e perda de documentos são os cenários mais comuns. Embora a possibilidade de ser afetado diretamente por revoltas civis e terrorismo seja remota, ela pode alterar o roteiro do viajante mesmo que ele não seja diretamente impactado pelos acontecimentos”.
Os transportes terrestres também são outro quesito que merece atenção especial. Acidentes em estradas estão entre as cinco maiores causas de evacuação médica. Para minimizar riscos é bom negociar uma locomoção segura sempre através dos hotéis, e evitar aluguel de carros e uso de veículos com duas ou três rodas.
Conhecer de antemão as condições médicas disponíveis no destino, o acesso a remédios, e a existência de doenças infecciosas já são meio caminho andado. Quanto à segurança em si no destino, não basta ter se informado sobre questões como violência política, revolta social, qualidade da infraestrutura de transportes, atendimento em emergências, ou potencial para desastres naturais. “Preparar-se para emergências antes de embarcar é a mais importante medida que um viajante pode tomar”, conclui Rendeiro.
*Fábio Steinberg é jornalista