Bocas del Toro, arquipélago do Caribe panamenho, tem tudo na mistura certa para os que curtem uma praia intocada, surfar com golfinhos, e saborear pratos de lagostas ou peixes com especiarias
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Um bocado de gente sabe que o Canal do Panamá uniu os oceanos Atlântico e Pacífico, encurtando distâncias para centenas de navios. Mas, quantos sabem que o Panamá tem um litoral pipocado de ilhas quase selvagens?
Dentre elas, escolhemos a Ilha de Colón onde fica o vilarejo Bocas del Toro que virou meca de mochileiros e surfistas – sempre os primeiros a descobrirem as praias mais especiais do mundo.
Depois de 45 minutos de um voo tranquilo partindo da Cidade do Panamá, chegamos ao pitoresco povoado de Bocas del Toro. Do alto, a visão das casas coloridas em meio ao verde da mata, com seus ancoradouros e barcos, nos sugeriu fantasias cinematográficas.
Ninguém sabe brincar tão bem com as cores como Bocas: a natureza caprichou multicolorindo as águas, as plantas e nem mesmo as miudinhas rãs de apenas cinco centímetros escaparam.
Já os moradores contagiados pintam o sete nas fachadas de suas casas com tons e misturas inesperadas, como roxo berinjela e verde papagaio, azul anis com laranja, fúcsia com amarelo quindim. E, quem diria, o resultado é delicioso!
De Bocas del Toro zarpam barcos para se conhecer algumas das outras nove ilhas, cayos, ilhotas desabitadas (olha aí a dica, alguém se habilita a morar lá?), descobrir outros pontos para o surf, buscar aquele tubo perfeito, mergulhar nos recifes coralinos, ou apenas ficar de papo pro ar observando as aves marinhas.
Próximo a Bocas ficam o Cayo Carenero, o Cayo de Água, e neles é fácil se deparar com uma praia deserta, em forma de meia-lua, sombreada de coqueiros. Já no Cayo Zapatillas, fica a mais bonita das praias de Bocas, salpicada de coloridas estrelas do mar, e ali é o único lugar para se observar uma espécie de rã vermelha ou laranja zarcão. Lindas, pero mucho venenosas.
Cada ilha tem uma vibe e um visual próprios: uma é coberta de bosques ou manguezais até a areia da praia, outra é santuário de aves, outra ainda é para os craques em pegar ondas instáveis por causa da profundidade e das correntes marítimas, e mais outra é um rochedo gigante com fendas por onde passa o mar.
As casas de Bocas del Toro, em sua maioria, são de madeira sobre pilotis, em geral com trapiche particular. Ganharam detalhes simpáticos como escadas cobertas para protegerem da chuva tropical, lambrequins entalhados, balcões e treliças, sempre em cores contrastantes.
Encimando portas e janelas, os tragaluz, arabescos vazados, têm a dupla função de iluminar e ventilar o interior.
Para andar daqui pra lá pela vila tem o bocasbicis, aluguel de magrelas.
Bateu uma vontade de algo fresco para tomar? Nos quiosques das ruas centrais de Bocas, as moças preparam na hora sucos de guineo, espécie de banana, borojó, tamarindo com sabor mais acentuado, guanabana, goiaba, mamaey, um tipo de papaia, ou de melocotón, pêssego.
Na volta das praias vale saborear coquetéis como a horchata de coco, coco fresco batido com baunilha e canela, servido com platano a tentación, banana da terra madura frita na manteiga com molho de açúcar, canela e sumo de morangos.
Humm, dá água na boca só de lembrar. Já a noite a dica são pratos de peixe, lagostas ou frutos do mar temperados com gengibre, açafrão da terra, noz moscada ou leite de coco e servidos com salada de abacate.
Para dormir com gosto tem hotéis, cabanas, bangalôs e pousadas rústicas. Nossa escolha foi “Punta Caracol” a quinze minutos de barco de Bocas del Toro. Tem um look taitiano, só que muito mais desencanado e barato. As cabanas com teto de palha emergem do mar que muda de tons de azuis e de verdes a cada hora, e o visual da janela deixa qualquer um boquiaberto. É também o melhor lugar para zambullidas – mergulhar a qualquer hora do dia como se diz por lá.
Gostou? Bota a boca no mundo, chama os amigos e vá curtir as praias de Bocas!
Quem leva:
Sancha Tour www.sanchattour.com.br