As duas Broadways com seus espetáculos fabulosos são sempre um grande programa
Começou a maratona cultural em Nova York! Em uma semana, quatro espetáculos, sempre lotados. Dois foram na Broadway, o famoso quadrilátero com 43 teatros no entorno da Times Square. Six e Music Man não podiam ser mais diferentes, como animais de dois zoológicos. Nem por isto perdem o encanto.
Music Man e a remontagem do musical que fez enorme sucesso em 1957, e virou filme cinco anos depois (no Brasil, O Vendedor de Ilusões). Hugh Jackman, ao lado da maravilhosa Sutton Foster, dá uma impressionante demonstração de talento e versatilidade.
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Music Man e’ um legitimo representante do musical tradicional que deu fama à Broadway. Tem os componentes clássicos: orquestra escondida debaixo do palco, cenários deslumbrantes, atuações excelentes, mas dentro das expectativas.
Já Six apresenta de forma nada convencional a história trágica das seis esposas de Henrique Oitavo. Incorpora o comportamento descontraído e os modismos do século 21: texto e performances irreverentes, boa música pop, cenário apoiado em luzes fortes e excitantes que fazem a plateia vibrar. Conta com elenco e banda no palco exclusivamente de mulheres, todas talentosas e que traduzem a diversidade. Originada na Inglaterra, Six pertence a uma nova geração de musicais, que bem poderia se chamar de Broadway 2.0.
A semana ficou completa ao ouvir os ex-meninos, atuais rapazes prodígio, do grupo italiano Il Volo, que cantaram (e encantaram) 6 mil pessoas no Radio City Music Hall.
Fechou com música clássica: o desafiante Requiem de Giuseppe Verdi se materializou em grande estilo através de uma orquestra de 60 integrantes, quatro cantores líricos e um coral de 110 vozes, tudo isto no icônico Carnegie Hall.
Six foi convite da Broadway Collection, através da Julienne Gananian.
*Fábio Steinberg é jornalista, escritor e colaborador do DIÁRIO DO TURISMO