Pouco mais de dezoito meses depois de assumir totalmente a administração do Aeroporto Internacional de São Paulo, A GRU Airport dá mais um passo no processo de modernização tecnológica da operação. A concessionária fechou um contrato de cinco anos com a brasileira Tivit, que será responsável pela gestão da infraestrutura de tecnologia da informação (TI) do aeroporto. A parceria é parte de um projeto amplo de renovação dos ativos de TI, que, pro sua vez, integra um plano de investimentos total da GRU Airport de R$ 4,5 bilhões no aeroporto até o fim da concessão, em 2032. Desse montante, a previsão é que R$ 3 bilhões sejam aportados até o fim desse ano.
O trabalho da Tivit envolverá a gestão de todas as plataformas e sistemas do aeroporto, além do atendimento aos cerca de 35 mil usuários internos dessas aplicações. “Hoje, somando com passageiros e visitantes, chegamos a ter mais de 200 mil pessoas passando pelo aeroporto diariamente. É uma operação de missão crítica. Não existe nenhum shopping Center com esse volume”, diz Luiz Ritzmann, diretor de TI da GRU Airport.
A Tivit terá uma equipe de 50 pessoas dedicada ao projeto. “Desse total, 35 estarão no aeroporto e o restante em nosso centro de São José dos Campos”, diz Carlos Gazaffi, vice presidente de gestão de tecnologia da Tivit. “Nosso desafio é antecipar problemas, manter a operação estável disponível, e, se preciso, reagir e solucionar qualquer emergência”, afirma.
Veja também as mais lidas do DT
O projeto de modernização da TI do Aeroporto Internacional de São Paulo começou a ser focado em fevereiro de 2013, quando a GRU Airport iniciou a construção de um data Center para centralizar as operações. Até então, essa estrutura ficava em Brasília, sob a responsabilidade da Infraero, a antiga administradora do aeroporto. Construído em uma área de 300 metros quadrados, o centro de dados tem classificação Tier 3, um dos mais altos padrões internacionais de segurança e de disponibilidade. Como redundância, a GRU Airport investiu ainda em um segundo centro de dados. “Pessoalmente, visitei 49 aeroportos no mundo. Estamos trazendo soluções que estão sendo adotadas pela primeira vez na América Latina”, diz Ritzmann.
Outro componente do projeto foi a parceria com a IBM para integrar e agilizar a conexão entre diferentes sistemas de gestão, voltados para aplicações diversas, como por exemplo, os softwares de gestão do fluxo aeroportuário e da permanência de cada aeronave na pista. “Muitos desses processos eram feitos manualmente. Hoje, todos os sistemas conversam entre si e tudo está automatizado”, explica. Com isso, a concessionária prepara o ambiente para a expansão do aeroporto.
Como parte do projeto de R$ 200 milhões para a reforma dos Terminais 1 e 2, anunciado na semana passada, a modernização da infraestrutura de rede nas duas instalações é uma prioridade. Nessa frente, a GRU Airport investiu recentemente em um acordo com a Boingo Wireless, para a ampliação da oferta e da capacidade de dados de conexões Wi-Fi aos visitantes em todas as dependências do aeroporto. Nesse modelo, os 30 primeiros minutos são gratuitos. Concluído esse período, o usuário por um dos pacotes pagos disponíveis. A melhoria dos serviços ofertados aos passageiros e visitantes é justamente o próximo foco da área de TI da GRU Airport. “Nosso investimento agora tem como prioridade automatizar e aprimorar o fluxo de passageiros”, diz Ritzmann.
Um dos primeiros movimentos nessa gestão foi implantado nesse mês e está em fase de operação assistida. Trata-se de um sistema de portões eletrônicos para o controle automatizado de passageiros brasileiros. A ideia é reduzir o tempo médio de inspeção dos passaportes pela Polícia Federal de três minutos para 30 segundos. A solução inclui softwares que leem os chips dos passaportes e tecnologias de reconhecimento facial, entre outros recursos, o que permite ao passageiro acessar a área de embarque sem a necessidade de intervenção de um agente. Tecnologias semelhantes estão sendo adotadas em processos como checagem dos bilhetes de embarque. Em médio prazo, a ideia é levar essa abordagem para automatizar todas as pontas e fornecer todas ferramentas para que os passageiros possam, por exemplo, fazer o check in, pesar e despachar suas bagagens, assim como já acontece em aeroportos do exterior.
O aeroporto também está investindo gradativamente na renovação de seu parque de cerca de 1,5 mil câmeras, com equipamentos que permitem analisar e identificar automaticamente comportamentos ou situações fora da normalidade, como por exemplo, uma bagagem abandonada em um carrinho. O investimento compreende também equipamentos de raio x mais avançados para aprimorar os processo de controle e vistoria no embarque e no desembarque