Cuidando de hotéis de Norte a Sul do Brasil, a Atrio Hotéis S/A oferece gestão operacional às marcas hoteleiras e dá espaço e tempo para cada um cuidar de seu core business
Com 2,7 mil colaboradores diretos e 76 hotéis, a empresa tem como mantra o compromisso de eficiência operacional
por PAULO ATZINGEN – do Rio de Janeiro (Transcrição de áudio: CLARA SILVA)
A Atrio é especializada no desenvolvimento, implantação e gerenciamento de hotéis de negócios e lazer. No mercado desde 1988, possui um modelo único de negócios que associa marcas hoteleiras a um sistema de gestão focado no retorno para o investidor e a manutenção do seu patrimônio. O DIÁRIO conversou com Cesar Nunes, VP de Marketing e Vendas da empresa, durante a 50ª ABAV Expo, que aconteceu de 27 a 29 de setembro no Rio de Janeiro,
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O tempo de parcerias com outras empresas é um indicativo que o negócio está dando certo e oferece uma consistência nesse relacionamento, apesar das oscilações da economia e incertezas na política. Cesar concorda e dá um exemplo da parceria da Atrio com a rede Accor.
“Nosso primeiro Accor foi a unidade do Mercure Joinville Prinz, há 30 anos. A gente tem mais de três décadas de parceria com a Accor e o que tem acontecido nos últimos anos é uma consolidação de um modelo de negócio que globalmente tem muito sucesso. Aqui no Brasil ele é recente”, diz.
Cesar explica que nos Estados Unidos, este modelo de negócio representa 75% da hotelaria de rede. “São franquias com management company especializadas que trabalham no mercado. Trata-se da separação de três steakholders dentro do processo, você tem o ativo hoteleiro que é o prédio, você tem a marca hoteleira e a marca gestora que no caso é a Atrio”, enumera.
Para Nunes, o grande diferencial nesse tipo de negócio é que cada um está olhando efetivamente aquilo que faz sentido (e rentabilidade, leia-se) para ele. “O dono da marca hoteleira tem que olhar o desenvolvimento da marca, escalabilidade, atualização da marca, ações que possam fazer a marca dar mais visibilidade porque ele recebe em cima efetivamente do que a marca gera de receita para o empreendimento hoteleiro, o hotel”, explica.
Para Nunes, o grande diferencial nesse tipo de negócio é que cada um está olhando efetivamente aquilo que faz sentido
Por outro lado, continua ele, as management company são empresas que são focadas em rentabilizar o negócio porque boa parte delas são o nosso modelo de negócio. A gente só fica com uma parte do resultado que vai para o bolso do investidor. “É um negócio de certa forma de risco, por exemplo, a Atrio tem uma escala que consegue continuar multiplicando este modelo de negócio e cada vez mais melhorando a rentabilidade”, esclarece.
Além dos Ibis
Franquear hotéis econômicos, como o Ibis, não é a única força de trabalho da Atrio. A empresa trabalha também com hotéis do segmento midscale e up. “A gente tem, por exemplo, um hotel no segmento Up que é o Grand Mercure Rayon em Curitiba, que é o ex Rayon. Ele foi reformado uma boa parte, tem uma segunda leva que está vindo agora, mas já está operando com a marca Mercure há dois anos”, adianta. Cesar acrescenta que a Atrio vem trabalhando para abrir em breve, não disse a data, o primeiro Pullman franqueado no Brasil. “Ainda não está fechado, é no sul do país, estamos tentando ter o primeiro Pullman franqueado do Brasil”, completa.
Nunes pondera que a escolha da marca, do perfil do hotel, passa necessariamente pelo mercado que ele estará inserido. Eles desenvolvem atualmente um hotel em frente a cabeceira da pista do Aeroporto de Guarulhos e ele adianta, será um Ibis Budget, com previsão de entrega em 2024. “Fizemos um estudo muito consistente para entender que perfil de hotel caberia ali e acabamos indo para um super econômico porque não tinha (super econômico) no entorno”, justifica.
Prédio, marca e gestão
Com múltiplas funções de empresa gestora, a Atrio atua de acordo com a demanda do negócio: às vezes desenvolve a marca, às vezes ajuda no Know-how, às vezes comercializa as unidades e às vezes fazem quase tudo.
“Normalmente a gente não desenvolve, a nossa preferência de desenvolvimento acaba sendo muito a Accor. Porém, têm hotéis que a gente acaba desenvolvendo todo ele, como eu comentei, o de Guarulhos, onde o desenvolvimento e a incorporação foram nossas junto com parceiros. Têm hotéis que entramos ajudando no know-how, ou seja, estudando os projetos, mexendo neles e ajudando a comercializar as unidades, mas não estamos dentro da incorporação”, detalha.
Cesar reforça que atualmente a Atrio está focada mais na gestão e muito menos no desenvolvimento.
BE Atrio
A Atrio, no entanto, não quer apenas rentabilidade para seus investidores e parceiros. No último dia 1º de agosto, o presidente da Atrio, Beto Caputo, anunciou em coletiva o programa BE Atrio – Bem Estar é Performance, focado nas saúde mental, física e financeira dos colaboradores; e o Programa UAU – Um Atendimento Único, focado em aumentar os cinco principais indicadores de qualidade dos hotéis, que são desempenho, check in, quarto, café da manhã e funcionários. Os investimentos nestes programas, em desenvolvimento e retenção de pessoas somam R$6,4 milhões.
“Temos o nosso próprio Programa de Trainee para formar gerentes para as unidades porque o nosso ritmo de crescimento é muito forte. Uma preocupação que a gente sempre teve é multiplicar o nosso DNA. Temos um programa de desenvolvimento, um Banco de Talentos. Inclusive, fazemos captação via LinkedIn”, ilustra.
Com hotéis no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste, a Atrio já alcançou 47 cidades fazendo a gestão operacional de 76 hotéis
“Com hotéis no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste, a Atrio já alcançou 47 cidades fazendo a gestão operacional de 76 hotéis com bandeiras LK Design Hotel, K-Platz Hotel, Grand Mercure, Mercure, Novotel, ibis, ibis Styles e ibis Budget. Por isso, temos que trabalhar constantemente o Banco de Talentos para continuar oferecendo pessoal apto e capaz para estar no front da operação”, sintetiza.
Dobrar de tamanho até 27
Com 76 hotéis, que em média tiveram resultado bruto operacional de crescimento em 65%, saindo de R$ 68,6 milhões em 2022 e atingindo R$ 113,4 milhões em 2023, segundo dados da empresa, a Atrio Hotel Management tem planos ambiciosos e pretende dobrar de tamanho até 2027.
Questionado se o próximo passo é América Latina, Cesar foi discreto: “Estamos sempre olhando. “Agora, para a gente entrar é preciso ter uma uma previsão, uma possibilidade de aumento de portfólio em um determinado país. Não adianta, por exemplo, hoje eu abrir um hotel em Buenos Aires, porque um hotel só em Buenos Aires sendo gerido por aqui com a estrutura corporativa, eu preciso conseguir ter escala. A gente está procurando, já conversamos com alguns fundos de investimento – que têm interesse em desenvolver a América Latina – , mas ainda não tem nada fechado. É um desejo nosso crescer pelas Américas”, concluiu.
*Paulo Atzingen é jornalista e fundador do DIÁRIO DO TURISMO