Aula nota 10: Oportunidade tecnológica em pequenas ações

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Por Vitória Ruano

Professores brasileiros concorrem ao Global Teacher Prize, conhecido como “Nobel da Educação”

O Brasil não é a potência que sonhamos na Educação. Mas existe uma esperança em meio ao caos, pois muitos profissionais acreditam que as próximas gerações devem transformar o mundo em que vivemos.

Em março, pelo quarto ano consecutivo, dois professores brasileiros participaram do Global Teacher Prize, conhecido como o “Nobel da Educação”. Débora Garofalo, professora de Tecnologia da Escola Municipal Almirante Ary Parreiras, da Vila Babilônia, em São Paulo, ficou entre os dez finalistas do prêmio. A educadora recolhe material reciclável nas ruas periféricas da cidade e reutiliza no projeto “Robótica com sucata”. Na sala de aula é ensinado os conhecimentos de robótica e como aplicá-los em situações do cotidiano.

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Os dispositivos criados pelos alunos envolvem os conceitos de diversas matérias como matemática, língua portuguesa, história, ciências, física, geografia e artes. Além disso, o desenvolvimento de robôs já retirou uma tonelada de lixo eletrônico e reciclável das ruas paulistanas. A aplicação desses conteúdos rendeu também o reconhecimento do Prêmio Professores do Brasil e o desafio de aprendizagem do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

Outro destaque é Jayse Antonio Ferreira, professor da Escola Estadual de Referência em Ensino Médio Frei Orlando, de Itambé, em Pernambuco, indicado a mesma premiação com o projeto audiovisual “Vamos EnCURTAr essa História”, certificado pelo Ministério da Educação (MEC). O trabalho consiste em que cada aluno produza o seu próprio roteiro cinematográfico, baseado em interesses pessoais como séries, livros e jogos. Depois, os jovens constroem um curta com recursos visuais e tecnológicos.

Desde a primeira edição do Global Teacher Prize, em 2015, sete professores brasileiros já foram reconhecidos entre os melhores do mundo.

Nem tudo são flores

Há muito ainda a ser feito. De acordo com o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), o Brasil está 63º lugar no ranking de ciência, 65º em matemática e 59º em leitura, entre 70 países avaliados. Segundo dados do “Todos pela Educação” com base nos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), cerca de 2,5 milhões de crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos não frequentam uma escola.

A última pesquisa do Indicador do Alfabetismo Funcional (Inaf) mostra que três em cada dez jovens e adultos de 15 a 64 anos no País – cerca de 29% do total, o equivalente a aproximadamente 38 milhões de pessoas – são considerados analfabetos funcionais. Já a taxa analfabetismo calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por exemplo, mostra estagnação do analfabetismo absoluto no País, com 7% das pessoas, ou seja, 11,5 milhões de cidadãos acima de 15 anos sem saber ler ou escrever.

Essas informações revelam um País que tem um longo percurso de adaptações para melhorar o modelo de ensino. Há hoje a certeza de que existe garra e vontade de nossos professores. Agora é necessário lutar e transformar esse desejo em resultados nos quatro cantos nacionais. Dessa forma, o Estado também precisa agir. É o momento de pensar diferente, investir, acreditar e seguir ensinando. As bases estão começando a ser criada, a Educação deve voltar a crescer e as oportunidades para todas classes sociais não devem demorar a surgir.

O Brasil pode estar passando por momentos turbulentos no segmento educacional, mas de qualquer maneira existem outros professores como Débora Garofalo e Jayse Antonio, determinados a ensinar e plantar a semente do conhecimento em busca de um País com educação de qualidade. Por fim, acredito que a nossa terra só poderá se desenvolver por meio das salas de aulas.

Vitória Ruano

Diário do Turismo

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