Warning: Undefined array key "color-1-overlay" in /home/diariodoturismoc/public_html/wp-content/plugins/td-composer/legacy/common/wp_booster/td_block.php on line 2677

Warning: Undefined array key "color-2-overlay" in /home/diariodoturismoc/public_html/wp-content/plugins/td-composer/legacy/common/wp_booster/td_block.php on line 2677

A ganância fiscal que mira as empresas e acerta o consumidor: o ICMS em SP

Continua depois da publicidade

A iminente mudança no regime de tributação do ICMS para bares e restaurantes no estado de São Paulo tem provocado apreensão entre empresários, trabalhadores e consumidores. Neste artigo, Sylvio Lazzarini e Clóvis Panzarini alertam para as graves consequências econômicas e sociais que podem advir do fim do regime especial de tributação, em vigor há três décadas, caso a alíquota efetiva de 9,5% sobre o faturamento bruto entre em vigor em 2025. O aumento proposto, que representa um salto de 197% na carga tributária sobre refeições, é descrito como um golpe fiscal sem precedentes para o setor, potencialmente comprometendo sua sobrevivência. A seguir, o artigo enviado à REDAÇÃO DO DIÁRIO:

A ganância fiscal que mira as empresas e acerta o consumidor: o ICMS em SP

Sylvio Lazzarini e Clóvis Panzarini*

Veja também as mais lidas do DT

O setor de bares e restaurantes está prestes a sofrer a maior derrocada fiscal de toda a sua história. Isto porque, no fim deste ano, expira o decreto 67.524/23, que prevê regime especial para o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no estado de São Paulo. Logo, será imposta a alíquota de 12% sobre o valor agregado do segmento, o que equivale à carga final de ICMS em torno de 9,5% sobre o faturamento bruto.

Um aterrorizante aumento de carga tributária de 197% de ICMS sobre refeições é o presente que os técnicos da administração pública bandeirante estão pretendendo impor, a partir de 1º de janeiro de 2025, ao setor, a seus trabalhadores e consumidores.

O regime especial em tela, que ora se pretende revogar, foi instituído na gestão do então governador Luiz Antônio Fleury Filho, em 1993. Todos os governadores que se seguiram promoveram a prorrogação deste regime, em vigência até hoje.

Para justificar o voraz aumento, fontes da Secretaria de Estado da Fazenda e Planejamento informaram que o fim do benefício especial afetará somente as empresas que operam no regime presumido ou lucro real, ou seja, aquelas que faturam acima de R$ 4,8 milhões por ano. Os estabelecimentos enquadrados no Simples Nacional, que, segundo a pasta estadual, representam 80% do universo de bares e restaurantes, estarão preservados e, assim, nada sofrerão com a medida. Ledo engano!

Trata-se, na realidade, de um grande tiro no pé, posto que, quem recolhe impostos, efetivamente, são as empresas que serão afetadas por esta ganância fiscal. Levada tal medida a efeito, haverá enorme abismo entre as enquadradas no Simples Nacional e as demais, o que se constituirá em trava tributária ao crescimento das pequenas e encolhimento, via redução da folha de pagamento – ou o fechamento de estabelecimentos – das demais, tudo na tentativa de fugir da derrama de impostos.

É fácil ilustrar a lógica deste raciocínio: em 2023, os estabelecimentos paulistas, de acordo com estimativas da Consultoria Future Tank, lucraram R$ 74,3 bilhões – o que representa 34,2% de todo o faturamento do segmento no Brasil.

Para 2024, a previsão é de um crescimento real de 3%, o que elevará a receita global do setor para R$ 80,3 bilhões, já corrigidos pela inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Dentro deste viés, a nova investida tributária paulista representaria um acréscimo de arrecadação de, tão somente, R$ 1,06 bilhão, ou 0,26% do orçamento estadual projetado para 2025 – valor este absolutamente irrelevante diante do enorme impacto econômico e social decorrente da medida.

Enfim, espera-se que o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), determine a prorrogação do regime especial e promova, assim, justiça social e crescimento econômico verdadeiramente sustentável.

Não se trata, tão somente, de um jogo de números. Estão em risco a manutenção de empresas, com suas histórias; bem como a geração de empregos no segmento que, seguramente, mais emprega no estado e; por fim, mas não menos importante, o bolso do consumidor, do cidadão. 


Sylvio Lazzarini é diretor de Relações Institucionais da Federação de Hotéis, Bares e Restaurantes do Estado de São Paulo (Fhoresp); empresário do setor de Serviços, graduado em Administração de Empresas, com especialização em Administração Rural e Estratégia Empresarial. 

Clóvis Panzarini é economista, com especialização em Finanças Públicas e Tributação; foi coordenador de Administração Tributária do Governo do Estado de São Paulo e responsável pela implantação do Programa de Modernização da Coordenadoria da Administração Tributária (Promocat).

Publicidade

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Recentes

Publicidade

Mais do DT

Publicidade