Aumento na energia elétrica afeta recuperação do turismo e de diversos segmentos no Nordeste

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Após mais de dois anos impactados pelas restrições impostas pela pandemia, finalmente o setor de turismo e hospitalidade conseguiu retomar as atividades com mais vigor.

por Manoel Cardoso Linhares*


Quando tudo começa a voltar ao normal e o mercado dá sinais de recuperação, recebemos uma notícia que impactará de forma bastante negativa não só o segmento, mas toda a economia em alguns estados nordestinos. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou um aumento significativo nas contas de luz dos estados do Ceará (24,85%), Bahia (21,13%), Rio Grande do Norte (19,87%) e Sergipe (16,46%).

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No caso específico do Ceará, que teve o maior reajuste, a tarifa aplicada na conta de luz saltou 31 posições, saindo de R$ 588,80 por megawatts (MW) a cada hora, para R$ 731,60. Antes do aumento aprovado, o preço cobrado na energia elétrica do estado representava o 39ª mais caro do Brasil. Agora, ficará em 8º lugar. É importante lembrar ainda que, atualmente, mais de 40% do valor da conta de luz é composto por encargos e tributos (16% e 28% respectivamente) e que uma revisão nesses números poderia ajudar muito a diminuir o impacto do aumento.

Sobre o reajuste, a Aneel ainda tem muito a esclarecer. É preciso dar maior transparência sobre a definição dos índices de aumento, além de deixar claro uma contrapartida na melhoria da qualidade dos serviços prestados, já que a empresa é alvo de muitas reclamações no estado, principalmente com relação a variação de consumo, erro de leitura e falta de energia elétrica.

Pelo contrário, o setor ainda precisa de apoio para avançar na sua recuperação. Necessitamos que as autoridades responsáveis atuem para que possamos rever esse aumento, pois caso contrário isso tornará ainda mais difícil a recuperação econômica do turismo nesses estados. Além, é claro, de afetar vários outros setores econômicos, como o comércio, agronegócio, construção civil, vestuário, metalúrgica, alimentícia, de diversos outros segmentos industriais e da população em geral, todos já tão sofridos.

Precisamos, portanto, ao contrário de aumentar os custos para empresas, de medidas que aliviem seus encargos para que não só possam atravessar a crise imposta pela pandemia, mas para que também voltem a crescer e a gerar empregos e divisas para toda a nossa sociedade. Para isso, é necessário que a sociedade civil e as autoridades parlamentares sejam firmes e exijam da Aneel uma revisão urgente desse aumento.

*Manoel Cardoso Linhares presidente nacional da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – ABIH Nacional

 

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